Santa Catarina teve ao menos 5 mortes de LGBTs em 2022
Violência contra LGBTs

Santa Catarina teve ao menos 5 mortes de LGBTs em 2022

Dossiê sobre mortes e violência contra pessoas LGBTs em todo o Brasil foi divulgado por ONG de Florianópolis

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Em todo o Brasil, pelo menos uma pessoa LGBTI+ foi morta em 2022 a cada 32 horas. O dado faz parte do Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTI+ e também revela que ao menos 5 mortes foram registradas em Santa Catarina no ano passado. Travestis, mulheres trans e gays, entre 20 e 39 anos, estão entre os principais alvos da LGBTIfobia no país.

Santa Catarina teve ao menos 5 mortes de LGBTs em 2022
As mortes registradas em Santa Catarina foram em Blumenau, onde duas pessoas foram mortas, uma em Araranguá, uma em Lages e mais uma pessoa brutalmente assassinada em Taió – Foto: Agência Brasil/Arquivo/Floripa.LGBT

Aqui no Estado, as mortes foram em Blumenau, onde duas pessoas foram mortas, uma em Araranguá, uma em Lages e mais uma pessoa brutalmente assassinada em Taió. Ou seja, a maior parte das mortes de pessoas LGBT ocorreram no Vale do Itajaí.

Em todo o Sul do país, foram mortos 13 travestis e pessoas trans feminina, quatro gays, uma lésbica e uma pessoa trans masculina.

O Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil, foi disponibilizado nesta quinta-feira (11) no site do Observatório e será lançado na próxima terça-feira (16), em Brasília, junto ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.

Produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, o documento exclusivo é resultado da parceria entre a Acontece Arte e Política LGBTI+ (de Florianópolis), a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).

O objetivo do trabalho é denunciar as violências sofridas pela população LGBTI+, além de problematizar as condições de vida e de vulnerabilidade dessa população.

Como está a violência contra LGBTs nos Estados

Dentre os estados com o maior número de vítimas, Ceará aparece no topo do levantamento, com 34 mortes; seguido por São Paulo, com 28 mortes; e Pernambuco, com 19 mortes.

Entretanto, se considerado o número de vítimas por milhão de habitantes, o ranking da violência LGBTIfóbica é liderado por Ceará, com 3,80 mortes; Alagoas, com 3,52 mortes e Amazonas, com 3,29 mortes. Confira a seguir o número de vítimas por unidade da federação em 2022.

O que é o Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTI+

O Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil faz um amplo diagnóstico das vítimas da LGBTIfobia no Brasil e aponta que a violência contra a população LGBTI+ permanece em estado crítico.

Entre janeiro e dezembro, 273 LGBTI+ morreram de forma violenta, mantendo o Brasil como o que mais mata LGBTI+ no mundo.

Os dados indicam que a população de travestis e mulheres trans representou 58,24% do total de mortes (159); os gays, representaram 35,16% dos casos (96); homens trans e pessoas transmasculinas 2,93% dos casos (oito mortes); mulheres lésbicas correspondem a 2,93% das mortes (oito casos); pessoa bissexuais representam 0,37% (uma morte); e as pessoas identificadas como outros segmentos correspondem a 0,37%, também com uma morte.

Considerando a faixa etária, o Dossiê aponta que as principais vítimas são jovens entre 20 e 29 anos (33,33% dos casos).

Na sequência, estão as pessoas entre 30 e 39 anos (19,05% das vítimas); entre 40 e 49 anos (11,36%); 10 a 19 anos (8,06%); 50 a 59 anos (4,76%); 60 a 69 anos (nenhum caso) e 70 a 79 anos (0,37%). Em 23,08% das ocorrências, não foi possível identificar a idade das vítimas.

Além de denunciar a omissão do Estado brasileiro em reconhecer a LGBTIfobia como qualificador e agravante nos casos de crimes de ódio contra a população LGBTI+, o Dossiê também busca contribuir com uma série de recomendações de políticas públicas que podem ser implementadas no combate a essas formas de violência.

A elaboração do Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, em 2022, contou com o importante apoio do Fundo do Reino dos Países Baixos e do Fundo Brasil de Direitos Humanos, que têm financiado uma série de ações realizadas pela Acontece LGBTI+.

Cerca de 20 profissionais participaram da produção do Dossiê, desde a sistematização e análise dos dados, até a revisão final do documento.

O Dossiê “Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil” está disponível neste link.

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