Drica D'arc Meirelles foi encontrada morta na avenida Beira-Mar Norte
Segurança

Morre Drica D’arc Meirelles, vítima de afogamento na Beira-Mar Norte

Corpo da ativista e estudante de Serviço Social Drica D’arc Meirelles foi localizado pelo Corpo de Bombeiros Militar no início da manhã

Compartilhar

O ano de 2024 mal começou e já fica marcado pela perda de uma das lideranças LGBT de Florianópolis: Drica D’arc Meirelles morreu nesta segunda-feira (1º). Natural do interior do Amazonas, foi em Florianópolis que ela tornou-se parte da cena cultural e política da comunidade LGBT+.

Drica D'arc Meirelles foi encontrada morta na avenida Beira-Mar Norte
Drica D’arc Meirelles foi encontrada morta na avenida Beira-Mar Norte – Foto: Divulgação/Floripa.LGBT

O primeiro chamado para o Corpo de Bombeiros Militar foi registrado às 3h28, de acordo com a corporação. As informações iniciais repassadas por testemunhas eram de que uma mulher havia “entrado no mar próximo ao trapiche da Beira-Mar Norte, nadou alguns metros, se debateu e afundou.”

Equipes do Grupamento de Buscas e Salvamento fizeram buscas desde a madrugada até o início da manhã. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o corpo dela foi encontrado por volta de 9h, próximo ao trapiche da avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis. Logo após o resgate do corpo, o IML (Instituto Médico Legal) assumiu a condução dos trabalhos para investigar a causa da morte.

Drica era natural da cidade de Parintins, no Amazonas, tinha 39 anos, era estudante de Serviço Social e diretora da ADEH (Associação em Defesa dos Direitos Humanos com enfoque na população TLGB).

Homenagens a Drica D’arc Meirelles

Uma das mais recentes atuações de Drica foi a apresentação da cerimônia de abertura da 5ª Transforma, ao lado da drag Suzaninha, em novembro do ano passado.

O produtor cultural Thomas Dadam, da BAPHO Cultural e um dos organizadores da Transforma lembrou da convivência com ela.

“A Drica fazia parte da construção do festival com a gente, era uma pessoa super participativa também na questão da construção do festival, da execução dele, e ela era a cerimonialista oficial da Transforma, junto com a Suzaninha, e que era um projeto que ela era muito feliz, ela se sentia muito realizada de fazer parte, e essa última edição foi muito importante pra gente. Na abertura do festival ela estava muito radiante e fazia muito tempo que a gente não via a Drica dessa forma”, disse.

A notícia sobre a morte de Drica rapidamente desencadeou uma série de homenagens. Em seu instagram, a dj Lirous Kyo fez um longo texto, lembrando da atuação da liderança de Drica.

“Para quem não a conheceu, Drica foi uma das maiores ativistas que a ADEH @adehonline já teve. Na nossa última gestão nossa diretoria enfrentou com muita garra as adversidades do nosso país. Garra é uma das palavras que sempre definiu a Drica.”

Outra homenagem veio do diretor executivo da Acontece – Arte e Política LGBTI+, Alexandre Bogas. Ao lado dele e de outras lideranças, Drica participava das articulações de eventos como a Parada LGBTI+ de Florianópolis.

“A Drica sempre foi uma parceira de primeira linha, uma militante como nunca, uma pessoa travesti que também veio do norte do país e com todas as dificuldades que já passou na vida de vencer aqui e ter essa relevância. É uma grande perda para nós e que a Drica agora esteja num plano melhor e nos iluminando de lá.”

Booking.com