Bissexuais de todo o País se reuniram em Brasília para o 1º Encontro Nacional do Movimento, que aconteceu nos dias 22 e 23 de setembro, e divulgaram a Carta de Brasília. No documento, foram descritas as demandas do movimento, como políticas públicas e visibilidade, institucional e dentro do movimento LGBT.
Conforme a carta, a intenção é enfrentar retrocesso de direitos já adquiridos e avançar em necessidades de pessoas bissexuais, sem excluir intersecções como raça, deficiência e gênero. O documento também ressaltou o combate a bifobia, que segundo o texto, também ocorre de forma “cruel dentro da própria comunidade LGBTI+, perpetradas principalmente por gays e lésbicas”.
“Não é mais aceitável ou tolerável que pessoas bissexuais sejam invalidadas, desconsideradas ou apagadas nas construções do movimento LGBTI+, das políticas públicas e das relações sociais como um todo”, fala trecho.
Veja demandas de bissexuais listadas na carta
- Investimentos em ações de resgate, construção, registro e difusão, da memória do movimento bissexual brasileiro e das personalidades não reconhecidas na construção do movimento LGBTI+ brasileiro;
- Garantia de que o movimento bissexual organizado e a Frente Bissexual Brasileira participarão dos diálogos e construções de todas as políticas públicas voltadas a população LGBTI+ em todas as instâncias;
- Divulgação e adensamento do conhecimento e combate aos alarmantes dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde sobre violência contra bissexuais para produção de conhecimento a fim de subsidiar políticas públicas;
- Criação do Projeto de Lei do Dia Nacional do Orgulho Bissexual Brasileiro, a ser comemorado dia 26 de setembro;
- Indicação de Resolução para diretrizes específicas sobre bissexualidade para o poder executivo, emitida pelo Conselho Nacional dos Direitos LGBTI+;
- Articulação com as pessoas parlamentares presentes no encontro para construção de pautas no legislativo;
- Revisão de literatura em documentos e materiais do governo federal, visando corrigir bifobias e/ou incluir pessoas bissexuais;
- Publicação do Manifesto do Movimento Bissexual Brasileiro no site do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania;
- Rechaço público do projeto de lei que visa proibir o casamento civil entre pessoas do mesmo gênero;
- Reforço público do nosso compromisso com as pessoas intersexo na luta por visibilidade e cidadania;
- Defesa pública do nosso compromisso com a população indígena na luta contra o marco temporal para demarcação de terras. Além da solidariedade com ativistas, militantes e organizações sociais perseguides pela defesa dos seus territórios nos campos, águas e florestas.