Os registros de violência contra pessoas LGBT+ cresceram mais de 1.000% entre 2014 e 2023. Houve um aumento de 1.193% nos casos de violência contra homossexuais e bissexuais, de 1.111% contra mulheres trans, de 1.607% contra homens trans e de 2.340% contra travestis.

Os dados são do Atlas da Violência, divulgado no início de maio. O número assusta, mas revela uma subnotificação dos registros de violência que existia há dez anos, mas que diminuiu. Além disso, não é possível afirmar que todos os registros são casos de LGBTfobia.
Entre 2022 e 2023, o registro de casos de violência contra homossexuais e bissexuais aumentou 35%. Pessoas trans e travesti tiveram aumento de 43%, sendo um aumento maior entre homens trans, ainda que a violência contra mulheres trans e travestis seja maior no total de casos.
Serviços de saúde contribuem com a notificação dos casos de violência contra pessoas LGBT+
O Atlas da Violência também revela que a produção de dados sobre a população LGBT+ no Brasil ainda é limitada e os dados do relatório precisam ser analisados com cuidado.
As notificações dos casos de violência contra pessoas LGBT+ têm origem no Sinan, um sistema de saúde oficial, mas que não dá detalhes sobre a motivação dos casos de violência.
“De 2014 para 2023, ocorreram mudanças culturais importantes, com maior visibilidade para as pautas LGBTQIAPN+ e para os membros da comunidade, possibilitando que as pessoas se identificassem, com menos receios de represálias, como LGBTQIAPN+ nos serviços de saúde quando questionadas”, afirma o documento.
De acordo com o relatório, com o setor de saúde se tornando um espaço mais seguro para isso, houve crescimento no número de pessoas autodeclaradas LGBT+, fato que contribui para o aumento no número de registros de violência contra essa população, ainda que não seja possível saber a motivação da agressão.
* Sob supervisão de Danilo Duarte