A denúncia de tortura e espancamento em uma praia de Balneário Camboriú é o mais recente caso de polícia na cidade famosa pelos prédios, pela ostentação e pela vida noturna. Guilherme Machado, de 27 anos, denunciou ter sido vítima de uma agressão violenta e roubo durante uma caminhada matinal, no último sábado (6), pelo deck do Pontal Norte.
De acordo com a denúncia, apurada pelo jornalista Gabriel Prada e divulgada pela NDTV Florianópolis, as câmeras de segurança registraram o momento em que dois criminosos o amarraram, espancaram e roubaram, antes de fugirem do local. Até o momento, os suspeitos ainda não foram capturados.
“Me ajoelharam, colocaram o cadarço no meu pescoço e nesse momento eu achei que eles iriam me matar. Se fosse só um assalto não teria necessidade de me amarrar, de tirar minha bermuda, de colocar a bermuda na minha cabeça…”, disse a vítima.
O rapaz ainda descreveu outros momentos de tensão, em meio às agressões, que deixaram seu rosto desfigurado, e as ofensas homofóbicas sofridas por ele.
“Eles falavam muitas e muitas vezes que eles eram do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, que eram bandidos brabos e que iam matar todo mundo. Falavam que eu era um viadinho de merda, que a minha vida não valia nada, que eles poderiam me matar a qualquer momento.”
Após tortura, vítima reclama do atendimento policial
Além da tortura, o rapaz teve o celular, o fone de ouvido e o par de tênis furtados. Depois que conseguiu se soltar, Guilherme conta que foi até a região da praia e pediu ajuda em um posto salva-vidas, onde prestaram atendimento para os ferimentos e ligaram para a Polícia Militar.
Segundo Guilherme, a Polícia informou que não o levaria até o pronto socorro e que ele deveria ir por meios próprios, o que não teria condições de fazer, considerando o estado psicológico dele e que estava com o rosto todo ensanguentado.
Em suas redes sociais, Guilherme também compartilhou o relato:
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O boletim de ocorrência foi registrado apenas pelo roubo, de acordo com Guilherme. Ele informou ao Floripa.LGBT que deve ir novamente até a delegacia onde a agressão foi registrada para prestar um novo depoimento sobre o caso, já que houve também agressão, homofobia (que é equiparável ao crime de injúria racial) e tentativa de homicídio.
A Polícia Militar informou que já identificou os agressores, mas não divulgaria essas imagens. Apenas uma imagem de dois homens, caminhando pelo deck e com a identidade borrada, foi divulgada pela PM.
A respeito da demora no atendimento, foi aberta uma sindicância e reforçou que não conduz vítimas até atendimento médico, mas que isso deveria ter sido feito pelo Corpo de Bombeiros.