Cresce número de mortes violentas de LGBT+ no Brasil - Imagem: Reprodução/ Floripa.LGBT
Violência contra LGBTs

Cresce número de mortes violentas de pessoas LGBT+ no Brasil em 2024

Relatório do Grupo Gay da Bahia revela alta de 13,2% nos casos; São Paulo, Bahia e Mato Grosso lideram o ranking de mortes violentas de LGBT+

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O Brasil registrou 291 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ em 2024, um aumento de 13,2% em relação ao ano anterior, segundo o levantamento do Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB). Este é o maior aumento registrado nos últimos anos e reforça a posição do país como um dos mais perigosos para essa população.

Cresce número de mortes violentas de LGBT+ no Brasil - Imagem: Reprodução/ Floripa.LGBT
Cresce número de mortes violentas de LGBT+ no Brasil – Imagem: Reprodução/ Floripa.LGBT

O relatório, em sua 45ª edição, contabilizou homicídios, latrocínios, suicídios e outras causas violentas divulgadas na imprensa ou enviadas diretamente à ONG.

Perfis das vítimas de mortes violentas de LGBT+

Entre as vítimas, a maioria era composta por gays (165 casos) e mulheres trans ou travestis (96 casos), dois grupos que permanecem em situação de maior vulnerabilidade diante da violência LGBTfóbica. As vítimas identificadas no relatório variaram de 5 a 75 anos de idade.

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A expectativa de vida de mulheres trans e travestis permanece drasticamente baixa no Brasil, com a média de idade das vítimas em apenas 24 anos, segundo o GGB.

Profissionais do sexo continuam sendo as principais vítimas nesse grupo, seguidas por ativistas e artistas. Já entre os homens gays, as profissões mais comuns das vítimas foram professores, cabeleireiros, profissionais de saúde e dançarinos.

O relatório aponta que os meios mais comuns utilizados nos crimes foram arma branca (65 casos), arma de fogo (63 casos) e espancamento (32 casos), evidenciando a brutalidade dos ataques.

Distribuição nacional

As regiões Nordeste e Sudeste lideraram o número de mortes em 2024, com 99 casos cada. Os estados de São Paulo (53), Bahia (31) e Mato Grosso (24) ocupam os três primeiros lugares no ranking nacional de violência contra pessoas LGBTQIAPN+.

Ranking completo de mortes violentas por estado:

  1. São Paulo: 53
  2. Bahia: 31
  3. Mato Grosso: 24
  4. Minas Gerais: 22
  5. Pará: 16
  6. Pernambuco: 15
  7. Rio de Janeiro: 15
  8. Alagoas: 13
  9. Ceará: 11
  10. Maranhão: 10
  11. Paraná: 10
  12. Amazonas: 8
  13. Goiás: 8
  14. Espírito Santo: 7
  15. Mato Grosso do Sul: 7
  16. Piauí: 6
  17. Distrito Federal: 5
  18. Paraíba: 5
  19. Sergipe: 4
  20. Rio Grande do Sul: 4
  21. Santa Catarina: 4
  22. Tocantins: 4
  23. Rondônia: 3
  24. Amapá: 2
  25. Rio Grande do Norte: 2
  26. Acre: 1
  27. Roraima: 1

A capital mais perigosa foi Salvador (BA), com 14 mortes registradas, seguida por São Paulo (SP), com 13, e Belo Horizonte (MG), com 7.

Recorte de Santa Catarina

Embora Santa Catarina tenha registrado oficialmente quatro mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ em 2024, especialistas alertam para a subnotificação. O estado não aparece entre os mais violentos, mas ainda enfrenta dificuldades na coleta e transparência de dados sobre crimes de ódio.

SC é o 2º estado com mais mortes violentas de LGBTI+ no Sul, revela dossiê
O relatório aponta que os meios mais utilizados para as mortes violentas de LGBTI+ foram arma branca, como facas, e arma de fogo – Foto: Agência Brasil/Divulgação/Floripa.LGBT

Em 2023, por exemplo, o estado já figurava como o segundo com mais mortes violentas da comunidade LGBTQIAPN+ na região Sul, com cinco mortes, sendo três delas só em Florianópolis.

Ações necessárias e perspectivas

O aumento de 13,2% nas mortes violentas em 2024 reflete a falta de políticas públicas eficientes para proteger a comunidade LGBTQIAPN+.

Entre as medidas defendidas por organizações como o GGB e Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) estão a melhoria na coleta de dados oficiais, garantindo que crimes transfóbicos sejam devidamente categorizados e registrados, e a criação de delegacias especializadas para investigar crimes de ódio e capacitação de oficiais e profissionais de saúde para aprimorar o acolhimento e registro de casos envolvendo a comunidade.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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