“Matar todos”: Casal é vítima de homofobia em Biguaçu, agressor luta contra a PM e morre
Violência contra LGBTs

“Matar todos”: Casal é vítima de homofobia em Biguaçu, agressor luta contra a PM e morre

O casal de lésbicas contou à Polícia Militar que homem teria ameaçado de morte. Ele deu socos e pontapés contra os policiais

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Um homem de 57 anos morreu depois de agredir e lutar contra policiais militares, no bairro Prado, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, na manhã desta quinta-feira (5). De acordo com o registro da ocorrência, uma viatura do 24º Batalhão da PM foi acionada depois de ameaças contra um casal de lésbicas. O agressor tinha passagens policiais por dano, violência doméstica e desobediência. As identidades do agressor e das vítimas não foram divulgadas pela Polícia Militar.

“Matar todos”: Casal é vítima de homofobia em Biguaçu, agressor luta contra a PM e morre
“Matar todos” Casal é vítima de homofobia em Biguaçu, agressor luta contra a PM e morre – Foto: PM/Divulgação

De acordo com o boletim de ocorrência, assim que os policiais chegaram ao local, conversaram com uma das vítimas, “uma mulher, a qual relatou que estava sofrendo ameaça de morte desde a madrugada, por parte de seu vizinho, que informava que iria ‘te matar pra lhe salvar’, porque mantém um relacionamento homoafetivo.”

No mesmo momento, ainda conforme os registros da PM, “o autor da ameaça, um homem, bastante alterado e agressivo, saiu gritando que iria ‘matar todos’, e se aproximou da guarnição policial em posição de luta. O policial tentou iniciar uma conversa, mas o autor investiu contra os policiais militares, desferindo golpes de soco e pontapés, momento o qual o policial precisou fazer o uso da força na tentativa de imobilizá-lo.”

Mesmo após as tentativas para que o homem parasse com as agressões e diante das “ameaças e risco iminente de lesão a integridade física dos agentes públicos, o outro policial da guarnição desferiu um tiro de elastômero (munição de borracha).”

O documento de registro da ocorrência ainda revela que “neste momento, o autor caiu no chão e, ao perceber que a munição era de borracha, jogou o projétil que estava preso na sua camisa contra os policiais e, mesmo assim, levantou-se, e continuou investindo contra os policiais. O policial, novamente, tomou uma distância maior e de segurança e desferiu outro tiro de elastômero, momento em que o autor continuou agressivo e disse que ‘agora vou matar todos’.”

A situação, que já era de tensão, ficou ainda mais grave, como mostra o relato policial. “Ao perceber que estava sangrando, tentou voltar na quitinete para atentar contra a vítima, como não conseguiu, voltou para sua residência. A guarnição novamente tentou verbalizar para ele se acalmar, esperar fora do imóvel, que o atendimento médico já estava a caminho.”

O desfecho da situação vem a seguir. “Ao chegar o apoio policial e médico, entraram na residência, junto com o SAMU, que iniciou o atendimento médico, onde, segundo a médica, o autor foi reanimado por duas vezes. Porém, não resistiu, e veio à óbito em seguida. Diante do fatos, foi acionado IGP, para os devidos procedimentos.”

Inquérito policial vai investigar a ocorrência em Biguaçu

Apesar dos relatos de homofobia por parte do casal contra o vizinho, o caso ganhou novos contornos, em função do comportamento do agressor. Segundo o capitão da PM Jorge Martins, a ocorrência foi registrada inicialmente como ameaça, mas foi finalizada como lesão corporal leve, desacato, desobediência e resistência. Agora, um inquérito deve ser instaurado para apurar a conduta dos policiais militares. Essa situação “é obrigatória quando a atuação resulta em morte do agente criminoso”, explica.

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