Protestos na Rússia após leis contra comunidade LGBT+
Violência contra LGBTs

Operações policiais em baladas LGBT+ da Rússia após protestos espalham medo

Ação aconteceu em pelo menos 6 baladas, após o governo russo considerar pessoas LGBT+ como organização extremista. Protestos aconteceram no país nos últimos dias

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A repressão policial contra pessoas LGBT+ se tornou ainda mais agressiva na Rússia após a Suprema Corte do país classificar “atividades do movimento global LGBT+” por suposto “extremismo”. Operações de fiscalização em bares e clubes noturnos se tornaram frequentes e a ação logo começou a se tornar manchetes nos portais de notícias mundo afora.

Protestos na Rússia após leis contra comunidade LGBT+
Operação policial aconteceu em pelo menos 6 baladas, após o governo russo considerar pessoas LGBT+ como organização extremista. Protestos aconteceram no país nos últimos dias – Foto: Divulgação / Floripa.LGBT

As operações contra a suposta organização extremista, realizadas na noite do último sábado (2), ocorreram em diversos estabelecimentos frequentados, em sua maioria, por gays, lésbicas, bissexuais, trans e travestis. Além de bares e clubes noturnos, até uma sauna exclusiva para homens teria sido alvo das vistorias policiais. As informações são do jornal Folha de São Paulo e CNN.

De acordo com o veículo de comunicação paulista, um vídeo publicado pelo jornal russo Ostorozhno Novosti mostra a polícia na entrada de um clube noturno onde ocorria uma festa com cerca de 300 pessoas.

No Telegram, os jornalistas russos afirmaram que policiais ingressaram com a justificativa de procurar drogas e que detiveram alguns dos presentes.

Uma testemunha não identificada relatou ainda que policiais interromperam a música e entraram em todas as salas do espaço, além de terem tirado foto dos documentos de identidade dos presentes.

A Folha de São Paulo ainda relatou que forças de segurança teriam realizado ações em pelo menos três bares durante a noite de sexta-feira (1º), com base no que divulgou outro veículo russo, o canal de notícias Sota.

A CNN divulgou mais detalhes da publicação feita pelo Sota, citando um funcionário da casa noturna Central Station, em Moscou, informou que os ataques aconteceram no Clube Secreto e no Mono Bar, em Moscou, bem como no popular pop-up Hunters Party.

Já o Ostorozhno Novosti informou que também aconteceu uma batida policial em uma sauna para homens no centro da capital. As informações não puderam ser confirmadas de maneira independente.

Também na sexta, o Central Station de São Petersburgo, um dos clubes gays mais antigos da cidade, anunciou seu fechamento devido à decisão da Suprema Corte.

Blogueira trans denuncia invasões em baladas LGBT+

A conhecida blogueira transgênero russa e ativista LGBTQIA+, Milana Petrova – que não vive mais no país – postou sobre as invasões em seu canal Telegram. Ela disse que os ataques eram em festas privadas LGBTQIA+.

“Houve ataques em festas LGBTQIA+ para adultos. Lá, os passaportes das pessoas foram fotografados, aparentemente por mais repressão”, postou Petrova no domingo (03).

“Deixe-me lembrá-lo que a lei saiu anteontem”, disse Petrova. “Nunca na história do país houve leis tão cruéis”, acrescentou.

Comunidade LGBT+ vive com medo na Rússia

A decisão histórica da Suprema Corte representa uma mensagem de medo à comunidade LGBTQIA+ que vive na Rússia, segundo o que classifica a CNN Brasil.

O grupo enfrenta uma forte repressão nos últimos anos, à medida que o presidente Vladimir Putin busca reforçar sua imagem como defensor dos valores morais tradicionais contra o Ocidente liberal.

A Rússia decretou em 2022 que o que chama de “propaganda LGBT” era ilegal para todos os públicos, proibindo, assim, a representação de pessoas dessas parcelas da sociedade na imprensa, na internet, nos livros e nos filmes.

As novas leis ampliam significativamente o escopo de uma lei de 2013 que proibiu a disseminação de informações relacionadas a LGBTQIA+ para menores.

Agora é ilegal na Rússia promover ou “elogiar” relacionamentos LGBTQIA+, expressar publicamente orientações não-heterossexuais ou sugerir que eles são “normais.”

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