Um grupo, identificado como Legião Sul, está espalhado panfletos e adesivos com indicações LGBTfóbicas e com referências à ideologia neonazista em Blumenau, no Vale do Itajaí. A denúncia foi feita pela ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade, no último domingo (21).
Os materiais foram encontrados no entorno do bairro Victor Konder, próximo à Universidade Regional de Blumenau (Furb) e também no centro da cidade. Os cartazes trazem discursos de ódio contra a população LGBT+ e a diversidade de gênero, e também divulgam um link para um grupo no aplicativo de mensagens Telegram.
Um adesivo diz: “Abrace a tradição, rejeite a degeneração”, com a imagem de um casal branco segurando um símbolo de “proibido” com as cores LGBT. Acima da imagem, há o símbolo de proibido para gays, lésbicas, pessoas transgênero, maconha e bebidas.
No grupo de Telegram, os integrantes com comportamento político de extrema-direita compartilham fotos com armas e discursos de ódio contra minorias. As publicações exaltam a região Sul do Brasil e movimentos separatistas.
A presidente da ONG, Rosane Martins, enviou um ofício ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pedindo abertura de processo criminal para apurar os fatos.
No ano passado, a ONG já havia denunciado um outro caso, também de homofobia. Em outubro, panfletos LGBTfóbicos foram espalhados pelo parque Ramiro Ruediger. Uma manifestação contra a LGBTfobia foi feita em frente à prefeitura da cidade e reuniu mais de mil pessoas.
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Blumenau tem 63 células neonazistas, aponta pesquisa
Em abril, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) fez um alerta à Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aumento de grupos neonazistas no Brasil. O Conselho elaborou um relatório preliminar, em que reuniu dados de diferentes levantamentos.
No relatório, a pesquisa da antropóloga Adriana Dias aponta que existem 63 células neonazistas em Blumenau. Segundo o levantamento, no início de 2022, haviam mais de 530 núcleos extremistas no país. Seus participantes compartilham o ódio contra feministas, judeus, negros e população LGBTQIAP+.
* Sob supervisão de Danilo Duarte