Diferença entre PreP e PEP: entenda quando cada estratégia deve ser usada no combate ao HIV
Saúde

Entenda as diferenças entre PrEP e PEP para usar contra o HIV

Apesar de terem o HIV como alvo, as medicações usadas como PrEP e PEP tem diferenças. Veja quando cada uma delas é recomendada

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A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) são duas estratégias similares, ambas baseadas em antirretrovirais, oferecidas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para prevenir novos casos de HIV. No entanto, as situações em que cada uma é recomendada podem gerar dúvidas.

Diferença entre PreP e PEP: entenda quando cada estratégia deve ser usada no combate ao HIV
Diferença entre PreP e PEP: entenda quando cada estratégia deve ser usada no combate ao HIV – Foto: Agência Aids/Divulgação/Floripa.LGBT

As estratégias de saúde no combate ao HIV/Aids estão disponíveis pela rede pública, não apenas para pessoas da comunidade LGBTQIA+, mas para todo cidadão que necessite tratar ou queira prevenir uma infecção. As informações são da Agência Aids, repercutindo publicação do jornal Folha de São Paulo.

Alexandre Grangeiro, ex-diretor do programa nacional de HIV/Aids e pesquisador científico da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), explica que a PEP é usada “para complementar outro método quando este falha”.

Essa recomendação é corroborada pelo Ministério da Saúde, que a descreve como uma “medida de prevenção de urgência”.

A PEP deve ser iniciada dentro de 72 horas após uma exposição de risco, como a ruptura de uma camisinha durante o sexo, desde que o usuário tenha resultado negativo no teste de HIV. Durante 28 dias, a pessoa segue um regime de tratamento com antirretrovirais, com acompanhamento por profissionais de saúde.

Já a PrEP é uma medida preventiva contra a infecção pelo HIV antes do contato com o vírus, também baseada em antirretrovirais. Ela é oferecida em duas formas: uma dose diária contínua ou sob demanda, onde o usuário toma dois comprimidos algumas horas antes da relação sexual e mais dois nos próximos 24 a 48 horas.

A escolha entre esses métodos depende principalmente da pessoa e de qual se adapta melhor à sua vida, segundo Rico Vasconcelos, médico infectologista e pesquisador da FMUSP.

Isso também se aplica a outras formas de prevenção, como o uso de preservativos. “Independentemente do método escolhido, ele só será eficaz se usado corretamente”, ressalta.

No entanto, é importante considerar detalhes que influenciam as chances de infecção pelo HIV, como o uso consistente de preservativos e o número de parceiros sexuais. A decisão sobre qual método adotar deve levar esses fatores em conta.

Em alguns casos, a PrEP pode ser mais indicada, como quando a pessoa recorre frequentemente à PEP. Claudia Velasquez, diretora do Unaids no Brasil, afirma que se alguém está utilizando a PEP com regularidade, pode ser aconselhável considerar a PrEP.

Embora altamente eficaz quando usada corretamente, a PEP não é amplamente adotada no Brasil, de acordo com especialistas consultados. Isso se deve, em parte, à burocracia e à baixa disponibilidade de centros que oferecem o tratamento.

O Ministério da Saúde destaca a importância da prevenção combinada, que envolve o uso de diferentes métodos em conjunto, incluindo a PrEP e a PEP, como estratégia fundamental para evitar novos casos de HIV. Em resposta, está incentivando a expansão do acesso a essas medidas preventivas em todo o país.

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