O candidato a vereador pelo PT em São José João Neto respondeu quatro perguntas enviadas pelo Floripa.LGBT sobre sua candidatura e propostas voltadas à comunidade. A entrevista de João Neto faz parte de uma sequência de matérias com entrevistas aos candidatos LGBT+ da Grande Florianópolis. Confira a entrevista abaixo.
De forma resumida quem é você?
“Olá, eu me chamo João Neto. Sou apaixonado por histórias e defensor da educação e da cultura. Sou um homem gay, tenho 24 anos, moro na Ponta de Baixo, em São José, e sou estudante de História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)”.
O que São José precisa para ser uma cidade mais acolhedora à comunidade LGBT?
“Acima de tudo, a Grande Florianópolis precisa de agentes públicos e políticos realmente comprometidos com as pautas da comunidade LGBTQIA+.
Embora seja comum ver membros da comunidade em cargos de gestão, isso não garante a defesa efetiva de nossos direitos. Precisamos de aliados verdadeiros, especialmente entre os partidos progressistas, que estejam dispostos a ir além do ‘direito ao amor’.
A comunidade LGBTQIA+ quer ter os seus direitos garantidos, seja no trabalho, saúde, educação, cultura e segurança.
É urgente implementar políticas que incluam letramento para servidores e usuários dos serviços públicos, enfrentamento à LGBTfobia, acolhimento de vítimas de violência de gênero e identidade, programas de empregabilidade para os membros mais marginalizados da comunidade, apoio à cultura LGBT por meio de editais e fundos municipais, entre outros”.
Como você, enquanto liderança política LGBT+, vê as políticas públicas para a comunidade na cidade?
“Ainda temos um longo caminho a percorrer. Em São José, por exemplo, – envolto na bruma bolsonarista – enfrentamos projetos prejudiciais, como o que propõe a proibição de atletas transexuais em eventos esportivos na cidade.
Por outro lado, o Ambulatrans continua seu trabalho graças à dedicação de seus servidores e usuários.
A atual gestão, apesar de contar com homens gays em diversas pastas, não demonstra esforço significativo para debater os direitos e necessidades da comunidade LGBTQIA+.
Não vemos avanços, por exemplo, no Conselho dos Direitos das Pessoas LGBTQIA + ou em iniciativas relacionadas à 4ª Conferência Nacional LGBTQIA+, que são os fundamentos primários da construção de políticas públicas – ouvir a população”.
Se eleito for, quais serão as suas prioridades de mandato?
“Como jovem e estudante, acredito na importância de um mandato pedagógico que escuta, aprende e ensina. Minhas prioridades serão a defesa da educação, o acesso à cultura, a participação da juventude na política e a promoção dos direitos da comunidade LGBTQIA + de maneira transversal, englobando educação, cultura, emprego e saúde. Estou confiante de que as candidaturas progressistas da Grande Florianópolis estão preparadas e comprometidas com esses propósitos”.
Sobre as entrevistas aos candidatos LGBT+
Para a realização das entrevistas foram mapeadas as candidaturas LGBT+ com o cruzamento dos dados da plataforma de divulgação de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E entrou-se em contato com cada um dos candidatos mapeados, fazendo as mesmas perguntas à todas e estimulando que participassem das entrevistas.
“Com essa abordagem, nossa proposta é continuar dando visibilidade para a comunidade e mostrando que nós estamos disputando esses espaços. Além de evidenciar para as lideranças e pessoas que fazem acontecer dentro da comunidade, que elas também podem disputar uma vaga no parlamento”, afirma o editor-chefe do Floripa.LGBT Danilo Duarte.