Casos de homotransfobia poderão ser apontados nos boletins de ocorrência
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Casos de homotransfobia poderão ser apontados nos boletins de ocorrência

Ministério da Justiça pretende implementar medida para contabilizar casos de homotransfobia no Brasil. Ainda não há data para início da adoção

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O Ministério da Justiça pretende passar a utilizar o formulário de Registro de Ocorrência Geral de Emergência e Risco Iminente à comunidade LGBT+, chamado de formulário Rogéria, nos protocolos das delegacias, como forma de contabilizar o crime de homotransfobia nos estados brasileiros. Ainda não há data para a adoção da novidade.

Casos de homotransfobia poderão ser apontados nos boletins de ocorrência
Formulário Rogéria foi criado para o enfretamento da violência contra a comunidade LGBT+ – Tânia Rêgo/Agência Brasil/Divulgação/Floripa.LGBT

Segundo o Ministério da Justiça, será firmado um acordo com outros órgãos para que os dados sobre homotransfobia possam aparecer no Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). No entanto, o acordo está ainda em fase de discussão dos termos.

O formulário Rogéria foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para ser aplicado nos registros dos processos criminais. O nome é uma homenagem a artista travesti, Rogéria, que morreu aos 74 anos em 2017 devido a complicações de uma infecção urinária.

O procedimento é feito para padronizar os boletins de ocorrência. Mas atualmente, ele é apenas feita por 11 estados do Norte e Nordeste do Brasil: Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Tocantins, Rondônia, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Sergipe, e Bahia.

Ou seja, hoje, no caso de uma pessoa LGBT+ assassinada em decorrência da sua identidade de gênero ou sexualidade, o crime pode ser registrado apena como homicídio, sem motivação especificada.

O crime de homotransfobia são equiparados ao crime de racismo e injúria racial, com pena de 2 a 5 anos, seguindo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2019. E são crimes que se referem a atos de insulto, danos morais, materiais e agressão física devido a sexualidade ou identidade de gênero da pessoa.

Crimes de homotransfobia aumentaram no último ano

De acordo com o Anuário de Segurança Pública de 2024, foi registrado um aumento de 166,9% no número de casos de homotransfobia no Brasil em 2023, com mais 2 mil registros do crime sendo feito.

Apesar do aumento dos registro, concluiu-se no próprio Anuário que há uma subnotificação das ocorrências de homotransfobia. Algo que é reflexo da falta de padronização dos registros desses crimes.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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