Um homem foi condenado a 20 anos de prisão por matar uma mulher transexual e tentar matar o vizinho dela em Itajaí, Santa Catarina. O crime, que ocorreu em 10 de janeiro deste ano, foi cometido com golpes de faca e garfo para churrasco. O vizinho, que tentou ajudar a vítima, também foi atacado e teve o pulmão perfurado, mas sobreviveu após passar por cirurgia.
O julgamento foi realizado nesta quarta-feira (25), e o réu foi condenado por homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil e meio cruel, recebendo 12 anos de prisão pelo assassinato da mulher trans. Pela tentativa de homicídio contra o vizinho, a pena foi de oito anos, com a qualificadora de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Durante o julgamento, os jurados afastaram a tese de feminicídio defendida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e também rejeitaram o argumento da defesa de que o réu deveria ser considerado inimputável e internado em um hospital psiquiátrico.
O réu alegou que se sentia incomodado pela vítima enquanto dormia. O promotor de Justiça Márcio Gai Veiga argumentou que o acusado tinha plena capacidade de entender seus atos no momento do crime.
A mulher trans foi atacada dentro de casa e tentou fugir pedindo ajuda ao vizinho, mas acabou morrendo no local. O vizinho foi hospitalizado com ferimentos graves, mas se recuperou. A juíza decidiu manter o réu preso e negou a ele o direito de recorrer da sentença em liberdade.
Violência contra homens e mulheres trans no Brasil
O Brasil continua sendo o país com o maior número de assassinatos de pessoas LGBTQIA+, com 230 mortes registradas em 2023, segundo o Observatório de Mortes e Violências LGBTI+.
Do total, 145 foram mulheres trans. ANTRA, que monitora esses dados, já contabilizou 69 mortes de janeiro a agosto, incluindo a da vítima de Itajaí.
