VÍDEO: Apresentador denuncia ataques homofóbicos em camping de Florianópolis
Homofobia

VÍDEO: Jornalista denuncia ataques homofóbicos em camping de Florianópolis

Jovens registraram vídeo para denunciar ataques homofóbicos em um camping no bairro Ingleses, no Norte da Ilha

Compartilhar

Um jornalista denunciou ter sido vítima de ataques homofóbicos em um camping no bairro Ingleses, no Norte da Ilha, em Florianópolis. Wesley Velho estava acompanhado do namorado e de um colega de trabalho e registraram um vídeo para denunciar o caso de homofobia.

VÍDEO: Apresentador denuncia ataques homofóbicos em camping de Florianópolis
Wesley Velho é apresentador e estava hospedado em um camping de Florianópolis – Foto: Facebook/Reprodução/Floripa.LGBT

O portal Floripa.LGBT acompanha há uma semana a história do jornalista e apresentador, que denunciou o caso por meio do Instagram do Floripa.LGBT.

De acordo com Wesley Velho, ele teria acordado na manhã do dia 6 de dezembro e levantado, em busca de um copo de água na cozinha compartilhada do camping.

Na cozinha, um homem identificado como prestador de serviços do camping teria oferecido café ao jovem, que agradeceu e recusou, pois não costuma consumir a bebida. A partir da recusa, o funcionário teria começado a chamar Wesley de “gay, viado e bixa”.

No primeiro momento, Wesley acreditou que poderia ser uma brincadeira, ainda que de mau gosto. Mas o homem começou a levantar a voz e perseguir Wesley, que tentou se afastar e pedir ajuda, voltando para a barraca onde estava hospedado.

Nas imagens registradas pelo grupo, é possível ver que o homem tenta expulsar jovens do local. Segundo Wesley, o homem disse que estava armado.

Em nota, Wesley detalhou que a situação causou problemas de saúde. O jovem também afirma estar em contato com as autoridades e assessoria jurídica para denunciar a agressão sofrida.

“Na última sexta-feira, em Florianópolis, fui vítima de um ataque homofóbico brutal. Fui jurado de morte e perseguido, felizmente consegui escapar. Estou trabalhando com a polícia e meus advogados para garantir justiça. Agora, estou lidando com os traumas: perda de apetite, insônia e ataques de pânico. Não estou sozinho! Conto com o apoio de amigos, familiares”, afirmou em nota nas redes sociais.

A vereadora Carla Ayres (PT) encaminhou uma denúncia ao Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes (NAVIT) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e também à assessora de Políticas Públicas para Pessoas LGBTQIA+ da Prefeitura Municipal de Florianópolis, Selma Light.

Após a denúncia, o MPSC instaurou uma notícia de fato e requisitou a abertura de inquérito policial para investigar o caso.

Ataques homofóbicos foram registrados em vídeo

Ao perceber os ataques, os jovens decidiram registrar a situação em vídeo. É possível ver que um homem tenta desarmar a barraca deles e não se intimida quando tentam ligar para a polícia.

Camping onde aconteceram os ataques homofóbicos se defende

Nas redes sociais, o estacionamento e camping Vitória, onde aconteceram os ataques homofóbicos denunciados por Wesley, publicou uma nota em resposta ao vídeo registrado.

“O estacionamento e camping, não compactua com nenhum tipo de preconceito LGBTQIAPN+ ou qualquer tipo de preconceito.

Obtivemos um acontecimento de um caso isolado, onde um grupo de pessoas estava utilizando diferentes tipos de drogas no espaço do camping, o que fere o nosso regulamento. Um de nossos prestadores de serviços, solicitou a saída dos mesmos de forma voluntária e educada. Mas após o pedido, aconteceu a discussão, onde houve a gravação.

Nosso setor jurídico está ciente da situação com conversas via WhatsApp, onde provam totalmente uma situação diferente da acusação. Nosso estacionamento e camping tem o objetivo de trazer sempre o melhor a seus clientes, com respeito, educação e o máximo de proximidade para um melhor atendimento”, afirma a nota.

Política de acolhimento para pessoas LGBT é lei em Florianópolis

Desde 2023, a capital catarinense tem uma lei que assegura atenção, apoio e acolhimento às pessoas LGBT+. A lei aprovada cria diretrizes para assegurar um atendimento às pessoas LGBTI+ nas redes de assistência e nos equipamentos sociais do município.

A vereadora Carla Ayres, autora do texto, destacou a importância da legislação diante do caso de homofobia.

“Vale lembrar que desde setembro do ano passado, Florianópolis possui uma Política Municipal de Atenção, Apoio e Acolhimento de Pessoas LGBTI+, lei de nossa autoria que precisa ser regulamentada pela prefeitura”, afirmou a vereadora.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

Anúncios
Entre no grupo de notícias do Floripa.LGBT no Whatsapp