A demora na fila de espera do SUS para realizar cirurgias de redesignação sexual em Santa Catarina virou alvo do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A denúncia foi feita por uma moradora de Florianópolis, que aguarda pela cirurgia há mais de um ano.
As informações são do portal NSC Total. De acordo com a reportagem de Talita Catie, a moradora Ashley Costa entrou na justiça para conseguir uma cirurgia de mudança de sexo.
Além disso, ela também denunciou a demora e a falta de previsão para realizar o procedimento ao MPSC. No processo, a moradora relatou as angústias de viver aprisionada a um corpo no qual não se reconhece.
Ashley até conseguiu um encaminhamento para realizar a cirurgia em um hospital de Goiás há um ano e meio, mas a fila não anda, subindo e descendo de posição. A falta de uma previsão só aumenta o sofrimento de estar em um corpo que não se identifica.
Santa Catarina não tem nenhum hospital público credenciado para realizar esse tipo de cirurgia e os pacientes precisam ser encaminhados para um dos sete estados brasileiros que possuem hospitais credenciados.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que 120 pessoas de SC aguardam, sem previsão, pelos procedimentos no SUS.
A Secretaria de Estado de Saúde tem até o dia 15 de abril para prestar esclarecimentos sobre o credenciamento de hospitais em SC e informar quantos pacientes aguardam na fila de espera.
Além disso, o órgão também deve apresentar listagem de procedimentos cirúrgicos de redesignação sexual realizados em pacientes de SC desde 2016 e informar a relação dos pacientes na lista de espera para procedimento cirúrgico ou encaminhamento a partir de 2020.
À reportagem da NSC Total, o Ministério Público não se manifestou sobre a abertura do inquérito civil para apurar a situação, mas confirmou o prazo de 15 dias dado ao governo do Estado para prestar esclarecimentos.
* Sob supervisão de Danilo Duarte