O GAPA, organização de acolhimento a pessoas com HIV em Santa Catarina com mais de 30 anos, está mudando de local em Florianópolis. Antes o projeto ficava na rua Felipe Schmidt, no Centro de Florianópolis, mas devido à estrutura precária do imóvel, o grupo terá que se realocar. A nova localização da ONG ainda não foi divulgada.
O ONG publicou uma nota em seu site respondendo se o GAPA iria fechar, e afirmou categoricamente que vai seguir firme “com as ações e acolhimento para pessoas vivendo com HIV”, mas que após avaliação técnica, o local não tem mais condições de manter o projeto.
Em entrevista ao Floripa.LGBT, a presidente da ONG Marília Silveira, explicou que o GAPA tinha um termo de concessão do prédio, concedido pelo governo do Estado, e que esse termo venceu.
Após isso, o Estado foi atrás do imóvel e “a partir disso eles pensaram em demolir aquele prédio”, conta Marília.
No entanto, por ser um edifício tombado historicamente, o governo optou por reformá-lo, obrigando, assim, o GAPA a sair do local. Agora, o Estado deve fornecer um local para o GAPA realizar as suas atividades.
No entanto, para isso a organização ainda precisará fornecer as certidões negativas de débitos – que comprovam inexistência de pendências e débitos tributários do contribuinte – para que possa criar um novo termo de concessão, e o GAPA no momento tem uma dívida, de acordo com Marília.
“Para pagar essas dívidas, vamos vender o contêiner, que tem na frente do GAPA, e fazer um evento beneficente pra pagar essas dívidas e pagar a nova concessão no espaço que vai ser cedido pelo estado”.
A presidente afirmou que enquanto a ONG não conseguir o novo local, as atividades internas serão realizadas em um local provisório, ainda a ser definido, e as ações de prevenção serão mantidas, já que são externas.
Para ajudar o GAPA a conseguir a concessão do novo local, contribua neste link.
O GAPA foi criado em 1987 por Rui Martins Iwersen, Betina Meirelles e Alexandre Maia num contexto de aumento do índice de AIDS em Florianópolis.
Inicialmente, o espaço servia como um ponto de acolhimento para pessoas vivendo com HIV. Mas de lá para cá, a organização vem se concentrando em ações voltada ao acolhimento psicossocial, educação e serviço social, envolvendo saúde, educação e assistência social.
O trabalho do GAPA se mantém com a colaboração de voluntários, seja na forma de contribuição financeira ou com apoio na realização de atividades relacionadas à conscientização sobre HIV para a comunidade LGBT+ de Santa Catarina.
Confira a nota do GAPA na íntegra:
“Não, estamos existindo e resistindo, o GAPA se mantem Vhivo.
Seguimos firmes com nossas ações e acolhimento para Pessoas Vivendo com HIV. Porém o espaço que o GAPA vem ocupando há anos, está em péssimas condições estruturais e após avaliação técnica, o mesmo deve estar saindo do local o mais breve possível. Nesse sentido o Núcleo Controle de Bens Imóveis – NUBIM, juntamente com a SES, irá disponibilizar um novo local para o GAPA, porém devido situações de fragilidades financeiras, acumuladas de anos de gestões anteriores, o GAPA precisa de Certidão Negativa de Débitos, isso está dificultando a nova concessão de espaço.
Nesse sentido viemos por meio deste reafirmar que o GAPA existe e resiste e que você pode estar colaborando para manutenção desta existência.
Florianópolis, 04 de setembro de 2024″
* Sob supervisão de Danilo Duarte