Florianópolis está enfrentando uma escassez de vacinas contra a Mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos), de acordo com a apuração exclusiva do Floripa.LGBT. Embora doses tenham sido enviadas para Santa Catarina, nenhuma foi destinada à capital catarinense. Além disso, não há previsão de novos abastecimentos.
Atualmente, o estado de Santa Catarina conta com apenas 76 doses da vacina, um número bastante reduzido em comparação às 3.308 enviadas pelo Ministério da Saúde.
Dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC) indicam que apenas 33,8% das doses foram utilizadas, o que deveria deixar um estoque de aproximadamente 2.100 vacinas. Contudo, até o fechamento desta matéria, a Dive/SC não esclareceu o destino das doses restantes.
Apesar da falta de vacinas em Florianópolis, a Vigilância Epidemiológica foi recentemente informada de que poderá vacinar os contatos de casos positivos com as doses remanescentes do estado.
“Como ainda estamos registrando casos esporádicos, essa é uma medida importante”, afirmou Ana Cristina Vidor, gerente da Vigilância Epidemiológica da cidade.
Os casos de Mpox diminuíram consideravelmente em Santa Catarina em dois anos, e não há registro de casos desde o início de maio. Em 2022, o estado registrou 439 casos de Mpox em 33 municípios e uma morte em Balneário Camboriú. Já em 2023, foram 50 casos em 18 municípios.
Como se prevenir contra a Mpox?
A Mpox é transmitida principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões de pele ou membranas mucosas de animais infectados.
Um segundo estudo, agora da Universidade Queen Mary de Londres constatou-se que em 528 casos analisados de Mpox, 98% dos pacientes se declararam gays ou bissexuais. Emitindo, assim, um alerta para as pessoas da comunidade com esta doença.
A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato direto com lesões de pele (incluindo contato íntimo pele a pele), erupções cutâneas, crostas ou fluidos corporais (secreções, sangue) de uma pessoa infectada, contato indireto com superfícies e objetos recentemente contaminados, ou de contato com secreções respiratórias. A transmissão do vírus via gotículas respiratórias usualmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas.
Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ter cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se forme.
As orientações para a prevenção da Mpox para a comunidade LGBTQIA+ não difere das orientações gerais, sendo elas:
- Todas as pessoas que apresentam sinais ou sintomas sugestivos de mpox devem realizar isolamento domiciliar. A medida de isolamento objetiva a separação de pessoas doente, de maneira a evitar a propagação do vírus e transmissão da doença para outras pessoas;
- Desinfeção de superfícies contaminadas com 0,5% de hipoclorito de sódio ou outros desinfetantes de alto nível;
- Objetos utilizados pelo paciente devem ser lavados com água quente e detergente;
- Limpeza das mãos regularmente com água e sabão e posteriormente utilização de álcool 70%;
- Recomenda-se o uso de preservativo por pelo menos 12 semanas após a cura da doença, uma vez que foi encontrado vírus viável em secreções genitais neste período;
- Reduzir o número de parcerias sexuais, incluindo parceiros casuais pode ajudar na prevenção.
Segundo a Dive/SC considerando o número reduzido de doses, a orientação atual é que as vacinas disponíveis sejam utilizadas para uso em casos de pós exposição a doença. E não houve nenhuma ampliação da vacinação para incluir HSH (homens que fazem sexo com homens), pessoas que fazem uso de PReP ou com HIV/AIDS, já que isso é uma atribuição do Ministério da Saúde, que também é responsável pela aquisição e envio das doses aos Estados.
* Sob supervisão de Danilo Duarte