Publicada em janeiro, nota é atualizada buscando tratar HIV em comprimido único - Foto: Divulgação/Floripa.LGBT
Saúde

Comprimido único para tratamento do HIV é liberado para pessoas acima de 40 anos

Desde janeiro nota técnica vem sido atualizada para facilitar o procedimentos para tratar HIV em comprimido único

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Uma Nota Técnica do Ministério da Saúde (MS), atualizada no final de abril, renova o documento sobre o tratamento de HIV e Aids. A nota atualiza sobre a possibilidade de tratar HIV em comprimido único para pessoas a partir de 40 anos sem necessidade de período de transição.

Publicada em janeiro, nota é atualizada buscando tratar HIV em comprimido único - Foto: Divulgação/Floripa.LGBT
Publicada em janeiro, nota é atualizada buscando tratar HIV em comprimido único - Foto: Divulgação/Floripa.LGBT

O tratamento mais comum é no uso da “terapia dupla”, que continua recomendado para pessoas acima de 18 anos. Na prática, o que muda com a nova atualização é a quantidade de pílulas (2 de lamivudina + 1 de dolutegravir), passando para apenas uma.

A Nota 91/2025 informa que o paciente deve ter iniciado a terapia dupla até 1º de setembro de 2024, alterando o antigo prazo que solicitava o início até março do mesmo ano.

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Em seu perfil no Instagram, o Dr. Vinicius Borges comentou que a terapia dupla é hoje o esquema mais atualizado para o tratamento de HIV disponível no SUS, sem o uso do Tenofovir, substância que gerava preocupações sobre seus efeitos colaterais

“Entretanto, existem critérios estabelecidos para aderir a esse esquema: excelente adesão ao tratamento, ausência de falha virológica prévia e ausência de mutações virais de resistência à Lamivudina, entre outros”, explica o infectologista.

A ideia de tratar HIV em comprimido único ainda tem sido estudada, buscando diminuir a faixa de idade para o conforto de pacientes mais jovens. A ideia é diminuir a idade mínima de 40 anos.

A importância de tratar HIV em comprimido único

A possibilidade de tratar HIV em comprimido único representa um avanço importante para a qualidade de vida de quem vive com esse tipo de vírus. A redução no número de pílulas diárias consequentemente deixa mais fácil a adesão ao tratamento.

Essa mudança é vista como estratégica principalmente para populações que enfrentam barreiras de acesso à saúde ou lidam com estigmas relacionados ao HIV, e está disponível pelo SUS.

Ministério da Saúde iniciou em janeiro de 2024 a distribuição do medicamento Dovato, que combina dois fármacos em um único comprimido – Foto: Divulgação/Floripa.LGBT
Ministério da Saúde iniciou em janeiro de 2024 a distribuição do medicamento Dovato, que combina dois fármacos em um único comprimido – Foto: Divulgação/Floripa.LGBT

O Ministério da Saúde segue os estudos que buscam tratar HIV em comprimido único, com a ideia de abaixar a faixa mínima de idade. Amanda Paschoal, vereadora trans de São Paulo, reitera a importância da inovação em comentário no post do Dr. Vinicius Borges.

“As pessoas que vivem com HIV merecem ter seu direito integral à saúde garantido e é uma tarefa da comunidade científica e da saúde garantir novas tecnologias que facilitem a vida e promovam qualidade de vida!”.

Como funciona a terapia dupla no tratamento do HIV

A terapia dupla é atualmente uma das principais estratégias utilizadas para tratar o HIV. O esquema combina dois compostos que trazem menos riscos de efeitos colaterais (lamivudina e dolutegravir), como forma de controlar a carga viral.

De acordo com a Nota Técnica 91/2025, no Brasil são “cerca de 830 pessoas em terapia antirretroviral, das quais mais de 160 mil estão em uso de terapia dupla”. Com resultados positivos e adesão dos pacientes, o tratamento precisa sempre ser acompanhado de um médico.

A proposta de tratar HIV em comprimido único surge justamente como uma evolução desse tratamento, tentando simplificar a rotina para pacientes.

Com o novo protocolo do Ministério da Saúde, pessoas a partir de 40 anos que já seguem a terapia dupla poderão optar para o regime de um comprimido diário, sem necessidade de passar pela transição.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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