Câncer de mama em homens trans médico explica como prevenir
Saúde

Câncer de mama em homens trans: médico explica como prevenir

Mastologista alerta para necessidades específicas da comunidade LGBTQIA+ no atendimento à saúde e como homens trans podem prevenir o câncer de mama

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O Outubro Rosa chama a atenção para a prevenção do câncer de mama de homens transexuais e outras pessoas LGBTQIA+, que não são enquadradas no padrão cisgênero e heteronormativo. O médico mastologista Marcelo Prade detalha cuidados específicos para a comunidade que podem prevenir a doença e garantir um tratamento digno.

Câncer de mama em homens trans médico explica como prevenir
Mastologista pontua cuidados específicos que homens trans e outras pessoas LGBTQIA+ precisam ter para prevenir o câncer de mama – Foto: Divulgação

Mesmo no caso de homens trans que tenham feito mastectomia — cirurgia de retirada das mamas —, Prade alerta para cuidados necessários.

“Embora o risco de desenvolver câncer de mama seja menor em comparação com as mulheres, ainda é possível ocorrer casos de câncer de mama em homens trans”, pontua Prade.

O mastologista ressalta que cada caso é um caso, que a periodicidade e exames necessários depende de vários fatores e destaca a importância de homens trans buscarem um médico para ver qual orientação melhor cabe.

“Em geral, alguns exames podem ser recomendados e eles incluem o auto exame da mama, exames clínicos feitos por um profissional de saúde e a mamografia, dependendo principalmente do histórico familiar, do histórico pessoal para câncer de mama, idade e recomendações médicas. Todos esses são fatores que podem indicar a realização da mamografia em alguns casos”, explica.

Peculiaridades da saúde LGBTQIA+ devem ser levadas em consideração, alerta médico

O médico explica que é importante que os profissionais de saúde estejam preparados para fornecer um atendimento inclusivo e sensível às necessidades da comunidade LGBTQIA+.

Mesmo em um atendimento igualitário, o médico defende que pessoas LGBTQIA+ possuem necessidades específicas e que podem ser diferentes do padrão.

“Embora o atendimento médico básico deva ser o mesmo, é fundamental que os profissionais de saúde estejam sensibilizados e informados sobre as peculiaridades relacionadas à saúde da comunidade”, fala.

“Isso inclui compreender as disparidades de saúde que podem existir como taxas mais altas de doenças mentais, maior prevalência de doenças sexualmente transmissíveis e desafios específicos enfrentados por pessoas transgêneros, entre outras”, completa Prade.

O mastologista explica que o paciente precisa se sentir à vontade para compartilhar sua identidade de gênero, orientação sexual e informações pessoais.

“Profissionais de saúde devem receber treinamento para entender as particularidades e os desafios enfrentados por uma pessoa LGBTQIA+ em relação a sua saúde, incluindo a conscientização sobre as disparidades de acesso, as barreiras e as necessidades específicas de grupos como pessoas transgêneros e não binárias”, afirma.

Como a comunidade LGBTQIA+ pode prevenir o câncer de mama

Prade lembra que pessoas LGBTQIA+ podem enfrentar desafios adicionais ao buscar atendimento em unidades de saúde em função do preconceito e estigma em relação à sua sexualidade e identidade de gênero, e ressalta que isso inclui o estigma associado ao câncer de mama.

De acordo com o mastologista, a rede e os profissionais de saúde podem atender melhor pessoas LGBTQIA+ caso considerem a oferta de serviços específicos. Ele cita como exemplo o aconselhamento sobre saúde sexual e o rastreamento de câncer de mama que seja adaptado às necessidades de pessoas que não são cisgênero.

Além disso, Prade pontua cuidados que podem ajudar pessoas LGBTQIA+ a prevenir o câncer de mama e outras doenças.

  • A busca de um profissional de saúde inclusivo e culturalmente competente que tenha conhecimento sobre as necessidades específicas da comunidade LGBTQIA+;
  • Realizar exames de rotina e rastreamento de acordo com as suas individualidades e fatores de risco;
  • Estar atento a sinais e sintomas da doença, inclusive do câncer de mama, com aparecimento de nódulo;
  • Procurar assistência médica quando necessário;
  • Acessar grupos e recursos online ou presencial que ofereçam um suporte emocional e informações sobre saúde.

Com informações de Juliano Zanotelli

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