Um ato em defesa do Ambulatório Trans de Florianópolis acontece nesta terça-feira (29), a partir das 13h, em frente à Secretaria Municipal de Saúde, na Trindade. A manifestação ocorre paralelamente à reunião do Conselho Municipal de Saúde e pretende dar visibilidade às reivindicações pela manutenção e fortalecimento do atendimento especializado para a população trans na capital catarinense.
A mobilização em defesa do Ambulatório Trans acontece após perda de apoio do projeto “A Hora é Agora”, da Fiocruz, que oferecia suporte. Com o fim da parceria, houve uma retirada de profissionais e recursos que viabilizavam funcionamento do serviço.
O ambulatório é responsável por oferecer acompanhamento médico especializado, orientações para pessoas que estão transicionando, acesso a medicamentos hormonais, início e acompanhamento de PrEP e entre outro serviços que ajudem na saúde da pessoa trans.
De acordo com a publicação das organizações e movimentos que convocam o ato, “a manifestação também se dá de forma geral contra o sucateamento e precarização da saúde pública em Florianópolis que vem acontecendo nos últimos anos”.
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A suspensão da hormonioterapia e a defesa do Ambulatório Trans
A suspensão afetou cerca de 700 pacientes que dependiam da hormonioterapia e ficaram desassistidos, enfrentando o risco de interrupção do tratamento, o que pode causar danos físicos e psicológicos.
Os estoques de hormônios foram zerados em março deste ano, gerando um apelo da Defensoria Pública de Santa Catarina para que o município assumisse a responsabilidade pela compra e distribuição dos medicamentos.
Recentemente, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou que tomará providências para disponibilizar a hormonioterapia novamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A medida foi comemorada, por ser considerada um avanço significativo, uma vez que a oferta de hormonioterapia financiada pelo município é inédita em Santa Catarina.
No entanto, o recente enfraquecimento da única estrutura de saúde dedicada à comunidade LGBT+ de Florianópolis vem causando preocupações e indignação, uma vez que a falta de medicamentos causa danos severos.
O Floripa.LGBT entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Florianópolis para questionar sobre a manutenção do Ambulatório Trans, mas não obteve resposta sobre a situação do serviço ou a oferta de hormonioterapia até o momento da publicação. O espaço segue aberto.
* Sob supervisão de Danilo Duarte