O ambulatório Trans de Florianópolis está passando por alterações após ficar com equipe reduzida em outubro do ano passado. As mudanças incluem a contratação de profissionais para formar uma equipe efetiva para o ambulatório e reestabelecer medicamentos para o tratamento hormonal.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Florianópolis, quando houve o fim da parceria com a Fiocruz, foi organizada uma escala com profissionais da rede municipal, incluindo psicólogo, médico e enfermeiros.
Atualmente, o espaço conta com equipe de enfermagem e oferece consultas para identificar necessidades, realização de exames, inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU) e prescrição de tratamentos para condições clínicas, mediante protocolo de enfermagem, realizando encaminhamentos para a medicina.
Questionada pelo Floripa.LGBT sobre a estrutura para atender pessoas trans, a Prefeitura informou que foi realizada a contratação de um médico para atuar presencialmente no ambulatório, que atende condições clínicas gerais, em regime de 40 horas semanais.
O ambulatório também realiza encaminhamentos para psicólogos da rede municipal, enquanto realiza contratação de um profissional dedicado ao ambulatório, que deve assumir a vaga até a próxima quarta-feira (15).
Como está o tratamento hormonal no ambulatório trans de Florianópolis
O Ambulatório Trans de Florianópolis oferece o acesso ao tratamento hormonal, também chamado de hormonização, mas estava paralisado, quando a parceria com a Fiocruz encerrou. No início de janeiro, a Prefeitura passou a disponibilizar o Undecilato de Testosterona, utilizada na terapia hormonal para homens trans.
No entanto, outros medicamentos para hormonização ainda não estão disponíveis. A prefeitura afirma que está em processo de aquisição, com previsão de finalização em até 30 dias, mas não garantiu quando eles podem voltar e nem especificou quais medicamentos estão sendo adquiridos.
Leia a nota da Secretaria de Saúde sobre a situação do Ambulatório Trans
“Diante do fim do convênio com a Fiocruz, o atendimento do Ambulatório Trans de Florianópolis passou por alterações. Inicialmente, foi organizada uma escala com profissionais atuantes na rede municipal, com enfermeiros, psicólogo e médico. No entanto, pensando no funcionamento a longo prazo, a Secretaria organizou a contratação de equipe específica para o espaço. Atualmente, há um profissional médico contratado, atendendo presencialmente, em regime de 40h semanais, condições clínicas diversas. O espaço conta com equipe de enfermagem, possibilitando atendimentos em consultas para identificar necessidades, realização de exames, inserção do DIU e prescrição de tratamentos para condições clínicas, mediante protocolo de enfermagem, realizando encaminhamentos para a medicina. Os encaminhamentos à psicologia são realizados por profissionais da rede, mas está em fase de contratação um profissional exclusivo para o serviço, que deve assumir a vaga até o dia 15 de janeiro. Em relação aos medicamentos, que também eram cedidos pela Fundação, foi retomada, no início deste mês, a disponibilização do Undecilato de Testosterona, através de compra encaminhada pela Prefeitura. Os demais medicamentos estão em processo de aquisição, com previsão de finalização em no máximo 30 dias, podendo ser reestabelecida a distribuição.”
Ambulatórios trans da Grande Florianópolis são os únicos em SC
Em Santa Catarina, há apenas dois ambulatórios que atendem exclusivamente a população trans, e ambos ficam na Grande Florianópolis.
Com atendimento médio de 6 mil pessoas por ano, o Ambulatório Trans de Florianópolis, que funciona dentro da Policlínica do Centro, completou 9 anos em 2024. O local foi o primeiro a atender a comunidade trans em Santa Catarina.
O AmbulaTrans de São José foi inaugurado em 2021 e atende na Policlínica de Campinas. Os atendimentos ofertados são: consulta médica, com queixas clínicas e aconselhamento em hormonização; consulta de enfermagem com preventivo e testes rápidos; orientação e aconselhamento psicológicos e apoio sócio-familiar no contexto de atenção primária à saúde.
* Sob supervisão de Danilo Duarte