Fita vermelha simboliza luta contra HIV/Aids
Saúde

Mais de 46 mil pessoas em SC vivem com HIV e usam medicação para tratamento

Santa Catarina registrou 2.746 novas notificações de pessoas com HIV/Aids apenas neste ano. Homens jovens são os mais infectados

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Em Santa Catarina os casos de HIV/Aids estão apresentando queda gradativamente, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde. No ano de 2021 foram notificados 3.562 novos casos, em 2022 foram 3.468 e, em 2023, até o mês de novembro deste ano, foram 2.746 registros.

Fita vermelha simboliza luta contra a Aids
Fita vermelha simboliza luta contra a Aids – Foto: James Tavares / Secom / Divulgação / Floripa.LGBT

Os adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos são os mais infectados, seguido da faixa etária de 30 a 39 anos. Com relação ao sexo, no ano de 2022, 1.555 homens foram infectados pelo vírus HIV para 679 mulheres.

No período de 2011 a 2021 foram diagnosticados 19.173 novos casos de Aids e 20.579 novos casos de HIV, conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive). Nesse mesmo período, a Secretaria de Estado da Saúde registrou queda de 12% nas mortes relacionadas ao HIV, além de redução de 4,3% no número de pessoas infectadas com HIV/Aids.

Atualmente, cerca de 47 mil pessoas vivem com HIV em Santa Catarina. Deste total, 99,5% realizam tratamento com antirretrovirais. Não há estudos que façam o recorte que mostre a parcela que corresponde à comunidade LGBT+.

“Pessoas em tratamento ficam com a carga viral indetectável, ou seja, não transmitem o vírus para outras pessoas e nem para os bebês, no caso das gestantes”, lembra a médica infectologista e gerente de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), Aids e Hepatites Virais, Regina Valim.

O mês de dezembro é marcado pela campanha de conscientização, prevenção e luta contra o HIV/Aids. O ponto alto dessa luta para conscientizar a sociedade é marcado pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que em 2023 acontece nesta sexta-feira (1º).

É importante lembrar que Aids é a doença que pode ser evitada através de diversos métodos de prevenção utilizados separadamente ou de forma simultânea, a chamada prevenção combinada. Já o HIV é o vírus que atua diretamente na redução da imunidade. Portanto, é possível, sim, viver com HIV sem ter, necessariamente, Aids.

Para fazer o teste ou ter acompanhamento médico, basta procurar o posto de saúde mais próximo. Outra indicação é ir até a sede do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa), que funciona na Rua Felipe Schmidt, 882, Centro, ao lado da Policlínica do Centro.

Prevenção combinada para evitar HIV/Aids

A infectologista Regina Valim, que trabalha na Dive/SC, explica que nos dias atuais a prevenção combinada é o método mais recomendado para evitar a infecção pelo vírus HIV e o desenvolvimento da Aids.

“A camisinha continua sendo a maneira mais acessível e eficaz de evitar não só o HIV, mas também outras ISTs, mas além dela existem outras formas de prevenir a infecção, como a Profilaxia Pré-Exposição, a testagem, o tratamento. Então, é importante que a pessoa além de usar preservativo nas relações sexuais, faça testes regularmente e, eventualmente, em caso positivo, realize o tratamento de forma adequada”, enfatiza.

O estado distribuiu, durante o ano de 2023, mais de 10,4 milhões de preservativos masculinos e femininos para os municípios catarinenses.

Conheça os métodos de prevenção ao HIV/Aids que podem ser combinados:

Camisinha: a camisinha masculina ou feminina deve ser utilizada em todas as relações sexuais. Os preservativos estão disponíveis gratuitamente nos serviços de saúde para toda a população;

Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP): indicada para aquelas pessoas com parceiros soropositivos, por exemplo. Consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que o HIV infecte o organismo antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus;

Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP): indicada para pessoas que passaram por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha ou ter sofrido um abuso sexual. Consiste no uso de medicamento em até 72 horas após a exposição, devendo ser continuado por 28 dias:

Testagem: os testes para detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis devem ser realizados regularmente. Há testes rápidos que podem ser feitos nas unidades básicas de saúde de forma segura e sigilosa e ficam prontos em até 30 minutos. Gestantes devem ser testadas para o HIV durante o pré-natal e no momento do parto para evitar a transmissão do vírus para o bebê;

Tratamento: o tratamento da pessoa que vive com HIV é essencial para evitar o desenvolvimento da Aids. Se realizado de forma correta, o tratamento faz com que a pessoa fique com a carga viral indetectável, ou seja, intransmissível.

Todos os métodos são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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