Leonel Camasão é um homem cis e bissexual e disputa uma vaga na Câmara de Vereadores de Florianópolis
Eleições 2024

Leonel Camasão (PSOL) vai combater violência do Estado contra LBGTs

Leonel Camasão (PSOL) é candidato a vereador em Florianópolis com o número 50500. Entrevista faz parte de série do Floripa.LGBT com os candidatos da Grande Florianópolis

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O candidato a vereador pelo PSOL em Florianópolis Leonel Camasão respondeu quatro perguntas enviadas pelo Floripa.LGBT sobre sua candidatura e propostas voltadas a comunidade. A entrevista de Camasão, faz parte de uma sequência de matérias com entrevistas aos candidatos LGBT+ da Grande Florianópolis. Confira a entrevista abaixo.

Leonel Camasão é um homem cis e bissexual e disputa uma vaga na Câmara de Vereadores de Florianópolis
Leonel Camasão é um homem cis e bissexual e disputa uma vaga na Câmara de Vereadores de Florianópolis – Foto: Jéssica Michels/Divulgação/Floripa.LGBT

De forma resumida quem é você?

“Eu sou jornalista, me formei na cidade de Joinville, fiz mestrado aqui na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. Eu sou bissexual, casado com o Paulo Cordeiro Camasão – que é um homem que vive com HIV há 12 anos -, pai do Francisco e do Bernardo – que são filhos do meu primeiro casamento com a Rebeca -, ativista político, ativista de direitos humanos e militante do PSOL.

PSOL é o meu único partido desde 2008, foi o partido que eu me filiei. Sou uma pessoa disposta a fazer o enfrentamento, principalmente contra a violência da extrema-direita, não só contra a nossa comunidade, mas também contra muitas outras pessoas. Então, acho que sou uma voz que está disposta a fazer o enfrentamento, apesar das consequências dele”.

O que Florianópolis precisa para ser uma cidade mais acolhedora à comunidade LGBT?

“Para Florianópolis ser mais acolhedora com a comunidade LGBT, o governo precisa entender que nós somos muito mais do que empresários da noite e muito mais do que a realização da parada uma vez por ano. Tudo isso é importante, mas nós precisamos de políticas públicas que atendam a especificidade da nossa comunidade nas mais diversas áreas.

As pessoas LGBT têm necessidades específicas para a saúde, para a educação, para assistência social, e nós precisamos não só dessas políticas, mas precisamos que os servidores municipais sejam capacitados para lidar conosco.

E o que acontece, na verdade, é o inverso. Muitos agentes públicos, inclusive, que apoiam a atual gestão, promovem políticas para nos violar, para nos agredir, para nos excluir, e isso precisa ser enfrentado não só na candidatura a prefeito da cidade, mas também na Câmara Municipal”.

Como você, enquanto liderança política LGBT+, vê as políticas públicas para a comunidade na cidade?

“Por um lado, Florianópolis é pioneira, porque tem legislações muito avançadas que não existem em nenhuma capital do país para a comunidade LGBT. Ao mesmo tempo, há uma grande dificuldade de fazer essas leis saírem do papel, então a grande questão é que não há um olhar do governo municipal integrado para a comunidade LGBT.

Há algum espaço para algumas pessoas que são vinculadas de alguma forma ao governo ou a empresas que promovem eventos LGBT na cidade, mas não tem um olhar sistêmico para as necessidades da comunidade LGBT que sofrem, seja pela saúde, seja pela exclusão da escola, seja pela falta de segurança.

Florianópolis é a cidade menos segura para pessoas LGBT de Santa Catarina, então falta muito ainda para fazer para que a gente tenha uma vida plena, digna, de direitos, que a gente seja considerado cidadão de verdade na nossa cidade”.

Se eleito for, quais serão as suas prioridades de mandato?

“Em relação à pauta LGBT, a nossa prioridade é combater a violência do estado. Hoje não apenas vivemos com a violência nas ruas, na escola, em outros lugares, mas temos agentes públicos eleitos que descobriram que nos violentar dá votos.

E nós precisamos combater essas figuras que fazem do preconceito, da violência, da humilhação, palanque eleitoral. Nós precisamos enfrentar essas pessoas e precisamos derrotar os projetos de lei que elas querem aprovar dentro do Parlamento Municipal.

Então, eu acho que nós não estamos num ponto, nesse momento, de aprovar legislações pró-LGBT e de impedir legislações anti-LGBT de serem aprovadas. E elas estão pipocando na Câmara Municipal, na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.

Nesse sentido, queremos fazer um mandato de resistência pra garantir o que já foi conquistado e lutar pelo que ainda faz. Falta conquistar”.

Sobre as entrevistas aos candidatos LGBT+

Para a realização das entrevistas foram mapeadas as candidaturas LGBT+ com o cruzamento dos dados da plataforma de divulgação de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E entrou-se em contato com cada um dos candidatos mapeados, fazendo as mesmas perguntas à todas e estimulando que participassem das entrevistas.

“Com essa abordagem, nossa proposta é continuar dando visibilidade para a comunidade e mostrando que nós estamos disputando esses espaços. Além de evidenciar para as lideranças e pessoas que fazem acontecer dentro da comunidade, que elas também podem disputar uma vaga no parlamento”, afirma o editor-chefe do Floripa.LGBT Danilo Duarte.

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