Caê Martins é um homem cis e gay e disputa uma vaga na Câmara de Vereadores de São José
Eleições 2024

Caê Martins (PT) quer criar programa de assistência a pessoas LGBT+ e reforçar o ambulatório trans

Caê Martins é candidato a vereador em São José. Entrevista faz parte de série do Floripa.LGBT com os candidatos da Grande Florianópolis

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O candidato a vereador pelo PT em São José, Caê Martins respondeu quatro perguntas enviadas pelo Floripa.LGBT sobre sua candidatura e propostas voltadas a comunidade. A entrevista de Caê, faz parte de uma sequência de matérias com entrevistas aos candidatos LGBT+ da Grande Florianópolis. Confira a entrevista abaixo.

Caê Martins é um homem cis e gay e disputa uma vaga na Câmara de Vereadores de São José
Caê Martins é um homem cis e gay e disputa uma vaga na Câmara de Vereadores de São José – Foto: Reprodução/Floripa.LGBT

De forma resumida quem é você?

“Eu sou o Caê Martins, jornalista, ativista dos direitos culturais, dos direitos LGBTI+ e direitos humanos. Sou membro da coordenação estadual da Aliança LGBTI+, e o primeiro diretor de Diversidade e Inclusão da Liga das Escolas de Samba da Grande Florianópolis (Liesf) .

Acredito que atuando na política a gente consegue transformar a sociedade e impactá-la não só com a presença dos nossos corpos e identidades, mas também com a intervenção e com olhar que a nossa comunidade merece e precisa, enquanto pessoas cidadãs que contribuem com seus impostos e são sujeitos, sujeitas e sujeites de direitos e de acessar políticas públicas”.

O que São José precisa para ser uma cidade mais acolhedora à comunidade LGBT?

“Para que São José seja uma cidade acolhedora à comunidade LGBT+, nós precisamos garantir que a cidade desenvolva políticas públicas que nos tragam visibilidade, garantia de direitos e acesso às políticas públicas.

Visibilidade para que a gente possa expressar o nosso jeito de ser, andar em paz nas ruas sem medo da violência, retornar com as atividades da Parada da Diversidade, rodas de conversa, atividades esportivas, culturais, de lazer. Tudo isso nos traz essa visibilidade de presença, como seres que constroem essa cidade.

A questão dos direitos, a gente luta para que a gente possa realmente ter um Conselho Municipal de Políticas Públicas dialogando com as diferentes faces da sociedade, para que ela seja verdadeiramente acolhedora, e as políticas públicas em si que nos garantam acesso à saúde, moradia, emprego e renda.

Por uma cidade que realmente coloque que todas as pessoas aqui são bem acolhidas, incluindo nós pessoas LGBTI+. Ou seja, precisamos de políticas públicas”.

Como você, enquanto liderança política LGBT+, vê as políticas públicas para a comunidade na cidade?

“Enquanto uma liderança política LGBT+, nós temos tentado pautar de muitas formas as políticas públicas. Já nos foi negada a Conferência Municipal dos Direitos LGBT+, em consonância com o governo federal.

Nós, nos últimos anos, conseguimos que a Prefeitura abrisse o ambulatório trans. Porém, ele só funciona apenas um período da semana, extremamente restrito. Ele está de portas abertas, porque nós temos pessoas e servidoras públicas que são abnegadas para garantir o serviço e o acesso da comunidade trans.

Nós não conseguimos ainda fazer acontecer o Conselho Municipal de Políticas e Direitos LGBT+. Ainda estamos muito distantes das políticas públicas, sejam essas citadas ou o acesso a elas. Para que as pessoas não tenham medo de ir à Prefeitura e serem respeitadas enquanto pessoas LGBT+, para acessar os seus direitos, sejam eles nas diferentes áreas. Desde o andar em paz ou transporte coletivo, ao acessar o mercado de trabalho e a garantia de uma moradia digna”.

Se eleito for, quais serão as suas prioridades de mandato?

“Se eleito, quero novamente colocar em pauta o debate dos nossos direitos enquanto pessoas LGBT+. Mas eu destaco a ampliação e o fortalecimento do ambulatório trans, o Conselho Municipal das Pessoas LGBT+, e a retomada da Parada da Diversidade.

Mas, acima de tudo, duas grandes frentes. A primeira é lutar por um programa de formação permanente sobre o letramento LGBT+, com o combate da LGBTfobia aos servidores municipais. Porque aí nós já vamos conseguir um início para estancar o preconceito. Pense, servidores públicos de São José, com o letramento LGBT+, podendo acolher e replicar esse conhecimento em todos os recantos da cidade.

E a segunda seria lutar para que seja instituído em São José um programa de assistência às pessoas LGBT+ em situação de violência ou vulnerabilidade social, para que sejam acolhidas e que possam acessar e restaurar as suas vidas.

Essas são algumas pautas que eu coloco como prioridades. Pois, acima de tudo, as pessoas LGBTI+ de São José têm direito a todas as políticas públicas na sua integridade, seja na saúde, educação, segurança, transporte, cultura e assim por diante. Nós queremos tornar, sim, São José uma cidade acolhedora, educadora e sem LGBTfobia”.

Sobre as entrevistas aos candidatos LGBT+

Para a realização das entrevistas foram mapeadas as candidaturas LGBT+ com o cruzamento dos dados da plataforma de divulgação de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E entrou-se em contato com cada um dos candidatos mapeados, fazendo as mesmas perguntas à todas e estimulando que participassem das entrevistas.

“Com essa abordagem, nossa proposta é continuar dando visibilidade para a comunidade e mostrando que nós estamos disputando esses espaços. Além de evidenciar para as lideranças e pessoas que fazem acontecer dentro da comunidade, que elas também podem disputar uma vaga no parlamento”, afirma o editor-chefe do Floripa.LGBT Danilo Duarte.

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