Paradas LGBT+, Parada LGBTI+ de Floripa reuniu mais de 80 mil pessoas - Foto: Reprodução Floripa.LGBT
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Deputado ‘trava’ projeto que prevê multa de R$ 10 mil para quem levar crianças em paradas LGBT+ em SC

Projeto de lei foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, mas deputado pediu vista, manobra que atrasa tramitação em outras comissões

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O projeto de lei que proíbe a presença de crianças em paradas LGBT+ no estado de Santa Catarina voltou a ser discutido nesta terça-feira (11) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Na ocasião, o relator votou pela aprovação da proposta, enquanto um outro deputado fez um pedido de vista.

Paradas LGBT+, Parada LGBTI+ de Floripa reuniu mais de 80 mil pessoas - Foto: Reprodução Floripa.LGBT
Parada LGBTI+ de Floripa reuniu mais de 80 mil pessoas - Foto: Reprodução Floripa.LGBT

O projeto estava parado havia quase um ano, quando o relator, em votação relâmpago, fez um pedido de diligência. Como não houve manifestação, a matéria voltou para a votação na CCJ.

O relator da proposta, deputado Volnei Weber (MDB), votou pela aprovação da proposta na comissão, constatando que a medida respeita a Constituição. Na decisão, ele também vota pela anulação do trecho que proíbe a negociação ou mitigação da multa de R$ 10 mil, estabelecida no projeto de lei 0103/2024

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Na justificativa, o deputado afirmou que a proposta não tem nada a ver com preconceito ou homofobia, mas tem objetivo de proteger crianças e adolescentes, seguindo a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):

“A proposta busca apenas responsabilidade e equilíbrio para que todos tenham seus direitos respeitados, mas principalmente o direito das crianças crescerem em um ambiente saudável e adequado ao seu desenvolvimento”, justificou Weber.

Deputado não vê legalidade na proposta e pede vista

O deputado Fabiano da Luz (PT) fez um pedido de vista após a aprovação da proposta na comissão. Ao Floripa.LGBT, o deputado afirma que já existem decisões judiciais contrárias a projetos semelhantes em outros estados.

“Infelizmente é só mais um projeto de lei elaborado para difamar um público [LGBT+] e não tem validade legal. Aliás, já há decisões judiciais contra projetos semelhantes em outras regiões. Além disso, já existe lei sobre a entrada de jovens em eventos de acordo com a faixa etária e os pais são responsáveis por levar as crianças. É preciso discutir assuntos importantes para a sociedade, como combate à violência e educação”, afirmou Fabiano.

Deputado Fabiano da Luz
Deputado Fabiano da Luz (PT) fez pedido de vista – Foto: Solon Soares/Agência AL/Reprodução/Floripa.LGBT

PL que proíbe crianças em paradas LGBT+ partiu de deputada conservadora

A autora do projeto é a deputada estadual Ana Campagnolo (PL), da ala conservadora da Alesc. Junto com o projeto, ela apresentou a justificativa para embasar sua proposta.

A defesa da deputada é que os eventos como as marchas e paradas LGBT+ têm exposição de nudez, simulação de atos sexuais e manifestações de intolerância religiosa. Ela também alega que há presença exagerada de consumo de bebidas alcoólicas e, portanto, pode ferir o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Apesar das justificativas, a proposta é discriminatória e LGBTfóbica, pois persegue a comunidade LGBT+ e tenta proibir suas manifestações, enquanto não há proibição de crianças e adolescentes em outros eventos que promovem o consumo de bebidas alcoólicas, como o carnaval de rua e os desfiles da Oktoberfest.

Esta não é a primeira vez que a deputada conservadora Ana Campgnolo propõe um projeto polêmico. Em 2023, a parlamentar chegou a propor a proibição de alunos em atividades sobre identidade de gênero, orientação e diversidade sexual e igualdade de gênero sem autorização dos pais nas escolas de Santa Catarina.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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