Comissão vota projeto que proíbe casamento homoafetivo nesta terça
Política

Comissão vota projeto que proíbe casamento homoafetivo nesta terça

Projeto tenta retroceder direitos garantidos pelo STF nos últimos 12 anos no que diz respeito ao casamento homoafetivo no Brasil

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Um projeto de lei que pretende proibir o casamento homoafetivo no Brasil será debatido e votado nesta terça-feira (19), na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados .

Comissão vota projeto que proíbe casamento homoafetivo nesta terça
Parecer foi debatido na sessão de terça-feira (5), na Câmara dos Deputados – Foto: Divulgação

O PL 580/2007, apresentado pelo ex-deputado federal Clodovil Hernandes (1937-2009), permite que pessoas do mesmo sexo possam constituir união homoafetiva por meio de contrato em que disponham sobre suas relações patrimoniais.

No entanto, o relator do projeto é o deputado Pastor Eurico (PL-PE), que alterou o texto original e no seu parecer, quer proibir a equiparação da união homoafetiva com a heterossexual e que fosse tratada como “entidade familiar”.

Caso seja aprovado, o projeto ainda precisa passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Porém, o texto tramita em caráter conclusivo – ou seja, pode ir ao Senado sem passar pelo plenário, a menos que haja um recurso contra esse rito acelerado.

O projeto tenta retroceder direitos garantidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nos últimos 12 anos. Em 2011, o STF reconheceu, por unanimidade, a união estável entre casais do mesmo sexo como entidade familiar.

Em 2013, para cumprir essa decisão, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) definiu que nenhum cartório poderia rejeitar o casamento homoafetivo. Em 2017, o STF equiparou a união estável, homoafetiva ou não, ao casamento civil.

Se o projeto for aprovado, o Código Civil passará a dizer que “nos termos constitucionais, nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode equiparar-se ao casamento ou a entidade familiar”.

Pastor disse que casamento homoafetivo é “contra a verdade do ser humano”

No seu parecer, o pastor defendeu que a Constituição determina que a união estável deve ser apenas entre homem e mulher.

“A Carta Magna brasileira estabelece em seu art. 226 que a família, base da sociedade, com especial proteção do Estado, reconhece a união estável como entidade familiar apenas entre homem e mulher. Nesse diapasão, qualquer lei ou norma que preveja união estável ou casamento homoafetivos representa afronta direta à literalidade do texto constitucional”, escreveu Pastor Eurico.

O pastor também escreveu que o casamento homoafetivo seria “contra a verdade do ser humano”.

“Não menos importante, o casamento é entendido como um pacto que surge da relação conjugal, e que, por isso, não cabe a interferência do poder público, já que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é contrário à verdade do ser humano”, escreveu.

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