Caso de importunação sexual entre vereadores de Florianópolis termina com pena mais leve
Política

Caso de importunação sexual entre vereadores de Florianópolis termina com pena mais leve

Processo por importunação sexual e quebra de decoro parlamentar e que poderia provocar até a perda de mandato de vereador foi julgado nesta segunda-feira (14)

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Os vereadores de Florianópolis decidiram aplicar a pena mais leve contra um de seus membros, Marquinhos Silva (PSC), em um processo de importunação sexual. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (14), quando foi à votação pelo plenário a recomendação feita pelo Conselho de Ética do parlamento da capital catarinense.

Caso de importunação sexual entre vereadores de Florianópolis termina com pena mais leve
Processo por importunação sexual e quebra de decoro parlamentar e que poderia provocar até a perda de mandato de vereador foi julgado nesta segunda-feira (14) (Foto: Reprodução)

O placar foi de 18 votos favoráveis e apenas um voto contrário ao parecer da relatora, Maryanne Mattos (PL), em uma sessão que durou aproximadamente duras horas.

A recomendação do Conselho de Ética apontou pela pena mais branda entre as opções, quem podem ir de advertência a suspensão temporária do mandato ou mesmo pela perda do mandato parlamentar.

O processo foi aberto pela vereadora Carla Ayres (PT), que pedia pela aplicação da pena máxima, ou seja, pela cassação do mandato do colega. Ela o acusava de importunação sexual, violência política de gênero e quebra de decoro parlamentar.

No entanto, a vereadora responsável pela relatoria do processo entendeu que houve apenas conduta inconveniente no plenário. Carla Ayres manifestou indignação diante da aplicação de advertência.

Segundo ela, “a advertência pública escrita não é proporcional à quebra de decoro parlamentar constatada nas imagens. Além de não contemplar a punição indicada em sua denúncia, a decisão do Conselho de Ética, chancelada pelo Plenário da Câmara Municipal de Florianópolis, representa um terrível exemplo à sociedade”, diz a vereadora, em uma longa nota.

O documento prossegue, apontando, por exemplo, que “o fato de não termos uma punição exemplar ao vereador que agarrou a força uma parlamentar em Plenário, sinaliza às mulheres que este é um espaço hostil, onde seus corpos não estão seguros, porque os assediadores não serão devidamente punidos, nem mesmo se quebrarem o decoro frente às câmeras”.

Em suas redes sociais, o vereador Marquinhos Silva (PSC) declarou o assunto encerrado. “Na sessão desta segunda-feira, encerramos o processo de denúncia que pedia a cassação do meu mandato. Agradeço imensamente aos meus advogados, equipe do gabinete, amigos, apoiadores e principalmente a minha família, que apesar de todo sofrimento, sempre esteve ao meu lado”, escreveu o parlamentar.

Relembre o caso

Na sessão do dia 7 de dezembro de 2022, Carla desceu da tribuna da Câmara, após discutir um projeto em votação, quando foi segurada pelo braço por Marquinhos da Silva.
Carla tentou se desvencilhar, quando o vereador a agarrou por trás e tentou beijá-la. Carla seguiu rumo à sua mesa. Logo depois, ela queixou-se por importunação sexual. Na mesma noite, as imagens da quebra de decoro parlamentar cometida por Marquinhos viralizaram nas redes sociais.

Assista o vídeo:

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