Audiência Pública discute uso e segurança da Praia da Galheta
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Audiência pública sobre a praia da Galheta pede por mais segurança

Audiência que debateu o uso da praia da Galheta aconteceu na última quinta-feira (11) na Câmara de Florianópolis. Segurança e a prática de naturismo no Parque da Galheta foram os principais temas

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Depois que o Floripa.LGBT denunciou, com exclusividade, os casos de violência, homofobia perseguição e espancamentos na praia da Galheta envolvendo pessoas LGBT, o tema ganhou repercussão nacional. Além disso, provocou a realização de uma audiência pública para discutir a segurança e a prática de naturismo na Galheta aconteceu na última quinta-feira (11), na Câmara Municipal de Florianópolis.

Audiência Pública discute uso e segurança da Praia da Galheta
Audiência Pública debateu o uso da praia da Galheta e a segurança para os frequentadores – Foto: CMF/Reprodução/Floripa.LGBT

A reunião contou com a presença de moradores, frequentadores, representantes do Ministério Público (MPSC), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).

O debate sobre a regulamentação da Galheta tem dividido opiniões. De um lado, os naturistas pedem por mais segurança para os frequentadores. Do outro, pessoas que discordam com o naturismo atribuem os casos de assédio e sexo ao ar livre como resultado da prática naturista.

Para Miriam Alles, presidente da Associação Amigos da Galheta (AGAL), a presença dos naturistas nunca fez mal a ninguém e mesmo assim, turistas e a comunidade LGBT+ sofrem perseguições e agressões.

Miriam também afirmou que os pedidos por mais segurança e policiamento na Galheta nunca foram atendidos pelo poder público. O sentimento de insegurança na região foi, inclusive, o ponto em comum nas diversas intervenções durante a audiência.

O vereador suplente e jornalista Leonel Camasão afirma que é possível regulamentar o naturismo na Galheta, de forma que atenda todas as partes: naturistas, comunidade LGBT, surfistas, moradores e turistas.

Camasão destacou que a divisão de opinião entre a comunidade sobre a regulamentação é de extremo interesse político e eleitoral:

“Nós podemos construir esse consenso, mas infelizmente esse tipo de consenso, ainda mais sobre pauta moral, não dá voto para determinados setores da política”, disse Camasão.

O representante da Federação Brasileira de Naturismo, Pedro Ribeiro, afirmou que a segurança é um problema comum a todas as praia naturistas e que, em alguns casos, a própria comunidade naturista toma frente para cuidar, pois não há segurança por parte do poder público.

Ao final do evento, o presidente da Câmara Municipal, vereador João Cobalchini (MDB), encaminhou as propostas da audiência, incluindo o pedido para reforço nas rondas das forças policiais e a construção de um deck para acesso de veículos de segurança. As sugestões devem ser levadas ao conhecimento da Prefeitura. quanto

Plano de manejo pode autorizar o naturismo na Galheta

Após a criação do Monumento Natural Municipal da Galheta, houve a indicação na legislação para a criação de um plano de manejo, um documento que visa garantir a preservação do local e o uso sustentável do espaço.

Alexandre, geógrafo do Departamento de Unidades de Conservação (Depuc) da Floram, afirmou que foi definido que o naturismo vai estar previsto no Plano de Manejo e que a prática poderá ser realizada, mediante a regulamentação por parte do município.

O que dizem as autoridades

O representante do MPSC, Jádel da Silva, esclareceu as polêmicas em relação a legislação de 2016, que não prevê a prática do naturismo. De acordo com Jádel, a Galheta é conhecida por todos como uma praia naturista, prevista na lei de 1997.

Apesar da nova lei não permitir o nudismo, também não há proibição e, sem um regulamento específico, a prática entra em conflito, gerando casos de violência.

Diante da polêmica dos drones que estariam “espionando” as pessoas nus na Galheta, a Polícia Militar esclareceu que os equipamentos são utilizados para patrulhamento preventivo, devido a dificuldade de acesso à praia com viaturas policiais.

O episódio de incêndio que destruiu o posto de guarda-vidas não foi um caso isolado. De acordo com Tenente Timmerman, do Corpo de Bombeiros, os guarda-vidas vêm sofrendo ameaças e já foram registrados 5 incêndios desde 2013.

Assista a audiência pública sobre a praia da Galheta na íntegra:

 

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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