Presídio Regional de Mafra
Justiça

Três homens são condenados por matar trans no presídio de Mafra

Crime foi cometido por membros de facção criminosa dentro do Presídio Regional de Mafra, em 2019; detentos alegaram ser alvos de ameaças

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Três detentos foram condenados pelo homicídio de uma pessoa trans no Presídio de Mafra, no Planalto Norte de Santa Catarina, ocorrido em 2019. A vítima foi enforcada e o crime foi denunciado pelo Ministério Público de SC, apontando três responsáveis, sendo dois deles por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel e pelos crimes conexos de integrar organização criminosa e fraude processual. As informações são do MPSC.

Presídio Regional de Mafra
Três detentos são condenados por homicídio de pessoa trans no presídio de Mafra – Foto: Divulgação/Floripa.LGBT

O Conselho de Sentença acolheu parcialmente a denúncia do MPSC e condenou os acusados. Dois deles receberam penas de 21 e 24 anos de reclusão, respectivamente, por homicídio qualificado, participação em organização criminosa e fraude processual.

Um terceiro foi condenado a seis anos de prisão por envolvimento com a organização criminosa, mas absolvido dos crimes de homicídio e fraude. Um quarto réu, também acusado, morreu durante o processo, e sua punibilidade foi extinta.

Todos os condenados poderão recorrer da decisão em liberdade, se não estiverem presos por outros motivos.

Entenda o caso

Na madrugada de 27 de abril de 2019, quatro detentos do Presídio de Mafra amarraram uma calça ao redor do pescoço de uma pessoa transgênero e a asfixiaram até a morte.

A denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) aponta que o crime foi motivado por vingança: os acusados faziam parte de uma facção criminosa e acreditavam que a vítima teria delatado atividades ilícitas realizadas por eles tanto no presídio de Mafra quanto em Joinville.

Após o assassinato, os criminosos tentaram encobrir o crime, simulando que a vítima, que tinha histórico de tentativas de suicídio, havia tirado a própria vida.

No entanto, os réus confessaram o homicídio aos policiais penais. A promotoria também destacou que, horas antes de ser morta, a vítima havia relatado estar sendo ameaçada de morte pelos réus e chegou a redigir dois memorandos solicitando transferência de cela, o que não foi atendido.

Os dois réus condenados por homicídio qualificado terão de cumprir mais de 21 anos de prisão cada um, além de pagar multa. A sentença é passível de recurso.

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