Em um vídeo publicado em suas redes sociais nesta terça-feira (7), o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou mudanças nas políticas de moderação de conteúdo das redes sociais, gerando insegurança e polêmica entre a comunidade LGBT+ ao permitir a classificação de pessoas LGBT+ como “doentes mentais”.
A empresa responsável pelo Instagram, Facebook e WhatsApp afirma, em sua nova versão de diretrizes, que permitirá “acusações de anormalidade mental relacionadas a gênero ou orientação sexual, especialmente quando discutidas no contexto de debates religiosos ou políticos, como questões de ‘transgenderismo’ e homossexualidade”.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg fez o anúncio oficial em sua conta de Instagram. Confira:
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A flexibilização a favor de discursos discriminatórios não se limita à comunidade LGBT+. Ela também abrange temas como misoginia e xenofobia. Segundo as novas diretrizes, será permitido publicar “conteúdo que defenda limitações de gênero em empregos militares, policiais e de ensino”.
De acordo com o Jornal O Globo, foi eliminada a restrição que proibia alegações de que determinados grupos (seja por raça, etnia ou gênero) espalhavam o coronavírus. Na prática, passa a ser permitido, por exemplo, culpar os chineses pela disseminação da Covid-19.
Ainda segundo o jornal, a nova política abre espaço para discussões sobre exclusões baseadas em sexo ou gênero em diferentes contextos, como debates acerca de banheiros, escolas específicas, papéis no exército e aplicação de lei ou ensino, o que antes era restrito a grupos de saúde ou apoio.
A justificativa da Meta para essas alterações é de que “esses debates são considerados amplamente culturais e políticos”. Entretanto, especialistas alertam que as mudanças representam um retrocesso significativo no combate a discursos de ódio e desinformação contra minorias.
Além de “doentes mentais” para LGBT+, o fim da checagem de fatos
Agora, a Meta passa a adotar um sistema chamado notas da comunidade, semelhante ao modelo usado pelo X (antigo Twitter), de Elon Musk.
Nesse sistema, os próprios usuários são responsáveis por chamar atenção para publicações potencialmente enganosas, sem que o conteúdo seja removido da plataforma.
“É hora de voltar às nossas raízes em torno da liberdade de expressão. Chegou a um ponto em que há muitos erros e muita censura. Estamos substituindo os verificadores de fatos por ‘notas da comunidade’, simplificando nossas políticas e nos concentrando na redução de erros. Ansioso por este próximo capítulo”, declarou Zuckerberg.
Aproximação ao governo Trump
A Meta afirmou que trabalhará em conjunto com o governo americano, indicando um possível alinhamento ao governo de Donald Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro.
A intenção é “pressionar os governos de todo o mundo que visam perseguir empresas americanas e pressionar por mais censura”, citando países europeus e latino-americanos.
* Sob supervisão de Danilo Duarte