Os jogos com personagens LGBT+ estão ganhando cada vez mais espaço, em contraponto ao cenário de jogos digitais que por muito tempo seguiu o padrão que era imposto socialmente, o de manter jogos com narrativas e personagens heteronormativos. Porém, nos últimos anos, cada vez mais desenvolvedores, sobretudo independentes, têm lançado jogos com representatividade LGBT+.

Pensando nessa premissa, o Floripa.LGBT preparou uma lista de alguns jogos, nacionais e internacionais, para quem também se interessa em ser “gaymer”.
As narrativas cada vez mais têm trazido discursos sobre identidade de gênero, relacionamentos LGBT+ e orientação sexual de forma natural e com respeito. Vale falar que os jogos a seguir podem conter spoilers das narrativas e histórias.
Confira 4 dicas de jogos com personagens LGBT+
1- Life is Strange
Lançado em 2015 pelo estúdio francês Dontnod Entertainment, o jogo conta com direção das cabeças de Raoul Barbet e Michel Koch. Pensado para ser jogado em “episódios”, Life is Strange foi um dos primeiros jogos com personagens LGBT+ incluídos de forma explícita.
Ele se destacou no cenário dos jogos narrativos por sua abordagem sensível e cinematográfica. A trama gira em torno de Max Caulfield, estudante de fotografia, que quando volta para Arcadia Bay, sua cidade natal, descobre uma habilidade de voltar no tempo. Max, junto com sua amiga de infância Chloe Price, constroem uma narrativa que envolve mistério, investigação e descobrimento pessoal.

Ao longo dos episódios, a relação entre as amigas se aprofunda, revelando sentimentos românticos. O jogo traz a relação sáfica com sutileza e respeito, trazendo à tona temas como identidade, perda e pertencimento, o que não era visto de forma tão aprofundada em jogos lançados na época.
De forma geral, Life is Strange foi o precursor de histórias que contribuem para a representação e diversidade afetiva na mídia. Para quem se interessou, os desenvolvedores não pararam com o primeiro jogo: estão hoje disponíveis outros que seguem premissas parecidas de jogos com representatividade LGBT+, incluindo o Life is Strange 2, mais recente lançado.
2 – Paralives
O segundo da lista é um dos aguardados jogos com representatividade LGBT+. Ainda em processo de lançamento, Paralives vem de uma empresa independente canadense, Paralives Studio, criada pelo desenvolvedor Alex Massé.
O lançamento do jogo está sendo financiado principalmente de forma coletiva a partir da plataforma Patreon.

O jogo se propõe a ser uma alternativa mais acessível do que títulos consagrados como The Sims. Com previsão de lançamento ainda em 2025, Paralives oferece um ambiente de criação e simulação de vida, o que além de construir uma carreira, possibilita também a criação de relacionamentos, sobretudo, homoafetivos.
3 – Um Domingo à Tarde
O terceiro indicado da lista de jogos com personagens LGBT+ também é uma opção que vem de desenvolvedores independentes, só que dessa vez, nacional.
Um Domingo à Tarde é representado como formato de “visual novel”, assim como muitos jogos com representatividade LGBT+, sendo basicamente uma forma de você acompanhar a história, de forma interativa, dos personagens principais.
Desenvolvido pelo estúdio independente White Wolfy, o jogo acompanha Lucas e sua melhor amiga Carol enquanto exploram ruas de São Paulo.

A trama gira em torno da missão de Lucas de completar um álbum de figurinhas para presentear seu crush secreto, Leo. Ao longo dessa jornada, os jogadores enfrentarão quebra-cabeças e desafios que refletem as inseguranças e descobertas típicas da juventude.
Ser um jogo produzido em solo nacional permite que muitos brasileiros, que não possuem familiaridade com o inglês, também encontrem sua história em jogos com representatividade LGBT+ em sua língua materna.
Um Domingo à Tarde está disponível para a lista de desejos na Steam.
4 – The Last of Us Parte 2
Desenvolvido pela empresa “Naughty Dog” o título já apresentava sucesso em seu primeiro lançamento. A ideia do jogo é mostrar a história de Joel e Ellie durante o apocalipse zumbi criado a partir de infestação de fungos que controlam o cérebro.
A ideia, apesar de ser diferente, abre portas para encaixar a representatividade, tanto que ambos são jogos com personagens LGBT+ e, por consequência, representatividade para a comunidade LGBTQIA+.

Na primeira parte, somos apresentados ao casal gay Bill e Frank, que se isolam juntos para sobreviver ao apocalipse. Já na segunda parte, a história se desenrola e mostra um pouco mais sobre a sexualidade de Ellie, personagem principal do segundo jogo.
Produzido por uma grande empresa, o fato de apresentar a sexualidade de forma natural e respeitosa, serve como exemplo para diversas pessoas LGBT+, que ao jogarem, podem se sentir representadas.
Onde encontrar jogos com personagens LGBT+ e representatividade
A Steam, plataforma de jogos e loja digital, além desses, também tem uma categoria específica de jogos com representatividade LGBT+, que possuem algum ponto da narrativa voltada à comunidade. Basta pesquisar por LGBT+ na aba de categorias
Além dela, outras plataformas digitais como a “Epic Games”, os aplicativos da Xbox e do Playstation também possuem títulos como os mencionados, possibilitando mais possibilidades para que jogos com personagens LGBT+ possam ser localizados e consumidos.
* Sob supervisão de Danilo Duarte