Um especialista em inteligência artificial mostrou em suas redes como seriam alguns casais LGBT+ famosos no Brasil. Personalidades como Ludmilla, Lulu Santos e Fernanda Gentil foram algumas que o especialista em imagens de inteligência artificial Hidreley Dião mostrou em seu Instagram, a partir do uso de IA e Photoshop, como seriam seus filhos com a combinação de rosto com seus respectivos parceiros.
Apesar da publicação de Dião ter sido feita em junho, é frequente a quantidade de vezes em que volta a circular a trend que revela como seriam os seus filhos a partir de uma IA. Em julho, influencers como Viih Tube, Felipe Neto e Pequena Lô também entraram na brincadeira, por exemplo.
“Atualmente, os casais homossexuais já podem procriar normalmente, graças às técnicas de reprodução assistida. Ou seja, homens e mulheres, em relacionamentos homoafetivos e boas condições de saúde, podem, sem qualquer restrição, realizar os tratamentos que viabilizam a concepção e gestação de um bebê”, afirmou Dião na publicação.
“O status quo da sociedade ainda está se acostumando com famílias que não sejam as hetornormativas”, segundo Marcelo Barcelos, pesquisador de Inteligência Artificial Generativa e doutor em Jornalismo pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Nesse sentido, Barcelos explica que pode-se observar dentro da comunidade LGBTQIAPN+ uma curiosidade e um interesse por simulacros e avatares. E ao analisar o uso dessas tecnologias, quando utilizadas para atender a essa curiosidade de ver como seria o filho de algum casal LGBT+, é possível entender que essa simples brincadeira acaba conectando-se a um lado subjetivo que deseja ter uma “marca no mundo que se pareça visualmente conosco”. Principalmente para aqueles casais que tem mais interesse em uma paternidade ou maternidade.
Além da brincadeira envolvendo a descobrir sobre como seria seu filho com alguma outra pessoa, alguns desses aplicativos também permitem que altere a imagem de uma pessoa para outro “gênero”.
Para o especialista, esse tipo de tecnologia permite que as pessoas possam brincar “sem preconceitos” e que querendo ou não acaba falando sobre a fluidez do corpo.
O uso de dados por inteligência artificial
Apesar disso, Barcelos reforça que há riscos no uso de aplicativos como FaceApp, Baby Generator e entre outros, que envolvem a varredura e captura de dados, além de poder abrir portas para possíveis malwares.
“Em uma brincadeira dessa meu smartphone pode vir a ser infectado e abrir portas do meu e-mail e da minha conta do WhatsApp para algum comportamento nocivo. Ou até mesmo produzir algum conteúdo não autorizado com a minha imagem”, alerta.
Estamos num mercado muito feroz, que faz tudo pelo dados, de acordo com o doutor em Jornalismo, e no Brasil a população está sendo extremamente “permissiva” quanto a monetização daquilo que pode “feri-la, provocar bullying e sentimentos ruins a partir de corpos adulterados”.
Enquanto isso, na Europa, as plataformas já estão sendo responsabilizadas pelo uso de dados. Principalmente por questões delicadas, como o uso da imagem das pessoas para a produção de algum tipo de conteúdo pornográfico.
“Por um lado a gente tem a acessibilidade (dessa tecnologia), mas por outro temos as plataformas e o capitalismo de dados orbitando esse processo sem que tenhamos muita gerência sobre aquilo que a gente está fazendo e entregando de dados. Naquilo que é vendido e ofertado como entretenimento e passatempo digital”, reafirma.
Inteligência artificial mostra como seriam os filhos desses casais LGBT+:
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* Sob supervisão de Danilo Duarte