“Foi como um presente de comemoração aos meus 10 anos de carreira como drag”. Foi o que disse Alice Cavazott sobre a oportunidade de participar do Show de Calouros no Programa Silvio Santos, no SBT. A drag queen catarinense deu entrevista exclusiva ao Floripa.LGBT e contou alguns “spoilers” sobre sua participação no programa e também da importância de estar ocupando esse espaço. O programa vai ao ar neste domingo (11) às 19h.
Com sua primeira versão encerrada em 1996, o Show de Calouros é um antigo quadro do Programa Silvio Santos, que voltou a fazer parte da programação neste ano.
Agora apresentado por Patrícia Abravanel, o show conta com diversos artistas – entre cantores, imitadores, músicos, dançarinos, e humoristas – se apresentando para uma bancada de jurados e concorrendo a prêmios.
Na edição que vai ao ar neste domingo (11), a drag Alice Cavazott apresenta uma performance que, segunda ela, foi bem musical, e que tanto o júri quanto a plateia aplaudiram de pé.
“Levei três referências musicais distintas, marcantes e atemporais. Juntei em uma única apresentação Glória Gaynor, Anitta e Beyoncé, com uma edição musical perfeita e que foi super elogiada pela produção do programa”, descreveu a artista.
Alice ainda mantém segredo sobre detalhes do figurino e da coreografia, mas no perfil do Instagram da drag – que já conta com mais 11 mil seguidores – as fotos mais recentes dão algumas pistas.
Em uma das publicações, por exemplo, ela aparece com os bailarinos Felipe, Igor Roberto Pontes e Leonardo Veiga, além da drag Kandy Cooper, que atuou como figurinista.
Ver essa foto no Instagram
Uma drag na TV aberta
Para a catarinense, a presença de uma artista independente drag queen na televisão é muito “grandioso”. Sobretudo por ser em um programa em uma emissora de sinal aberto e que chega até a casa de milhões de pessoas no país, e que “talvez nunca tenham a oportunidade de ver a arte incrível e luxuosa que é a transformação artística drag queen”.
Em Santa Catarina, Alice relata que são poucos artistas que conseguem se sustentar da própria arte e que por isso tem muito orgulho da sua contribuição para a cena drag no estado.
“Estar ocupando também esses locais midiáticos para grande massa, além de levar cultura e entretenimento, tem um poder incrível. Estamos representando uma grande parte da população e em especial da comunidade LGBTQIAPN+. E se sentir representado é se sentir pertencente”, sintetiza.
A drag – que é dj, performer, hostess e comunicadora – considera a oportunidade de aparecer num programa de TV aberta como uma forma de obter mais oportunidades e trazer visibilidade a arte drag.
Reforça, por fim, a importância de mais eventos e programas trazerem artistas drags, para que assim possam “abrilhantar de maneira glamurosa, com muita arte e entretenimento”.
* Sob supervisão de Danilo Duarte