Heartstopper: atores falam sobre "hipersexualização" de casais gays na mídia
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Heartstopper: atores falam sobre “hipersexualização” de casais gays na mídia

Kit Connor e Joe Locke, protagonistas de “Heartstopper”, também explicam que a série é um romance e não tem o objetivo de ser política

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Os atores Kit Connor e Joe Locke, protagonistas da série “Heartstopper”, falaram em uma recente entrevista dada ao site britânico iNews sobre a representação do sexo gay na mídia e a forma como suas cenas mais íntima foram abordadas na terceira temporada da produção.

Heartstopper: atores falam sobre "hipersexualização" de casais gays na mídia
Terceira temporada de Heartstopper estreou na última quinta-feira (3) – Foto: YouTube/Reprodução/Floripa.LGBT

Com a estreia da terceira temporada de “Heartstopper” na última quinta-feira (3) na Netflix, Kit Connor e Joe Locke (Charlie) revelaram que o público pode esperar cenas mais maduras entre os personagens, incluindo os primeiros momentos de intimidade do casal.

Connor, que interpreta Nick, enfatizou que nem todo sexo gay é “hipersexual” e que apesar da temporada contar com cenas mais picantes, a essência do relacionamento dos personagens será mantida.

Connor discutiu o equilíbrio necessário para retratar essas cenas sem cair na armadilha da hipersexualização, algo que segundo ele é recorrente na mídia queer.

“Na mídia queer, o sexo gay frequentemente é super hipersexual, o que pode ser verdade em muitos casos, mas nem todo sexo gay é assim. Estamos em um ponto em que crescemos um pouquinho desde a primeira temporada. Não parecemos tão adolescentes assim. Teria sido bobo nos ver apenas de mãos dadas”, afirmou o intérprete de Nick.

A representação LGBTQIA+ nas telas

Joe Locke, também compartilhou sua visão sobre o desafio de retratar o romance entre dois jovens de maneira realista. Ambos os atores se tornaram estrelas após o sucesso da série, conquistando uma base de fãs intensa e devota.

Locke lembrou de momentos desconfortáveis com a fama repentina, mas reafirmou o compromisso de “Heartstopper” em oferecer um retrato mais sensível das vivências queer, algo que muitos jovens da comunidade nunca tiveram antes nas telas.

A nova temporada promete abordar temas mais profundos, como transtornos alimentares, identidade de gênero e a assexualidade, mas sempre com o toque esperançoso e reconfortante que caracteriza a série.

Para Connor, “Heartstopper” oferece “um modelo aspiracional” de como a homossexualidade poderia ser vivida de maneira mais aberta e saudável.

Heartstopper não é “político”

Os dois atores também reforçaram que a série não é política. “Nunca quis ser e nunca deveria ter sido. Mas você não pode falar sobre essas coisas sem mostrar os problemas no sistema que existem”, afirmou Locke.

Heartstopper: atores falam sobre "hipersexualização" de casais gays na mídia
Terceira temporada de Heartstopper traz oito novos episódios – Foto: Netflix/Divulgação

“É apenas uma história de amor”, afirmou Connor, e o intérprete de Charlie completou que é importante não permitir que a política e a polarização do mundo afetem a narrativa da série. “É apenas um show sobre relacionamentos amorosos”, concluiu Locke, refletindo sobre o impacto positivo de “Heartstopper” em uma geração que busca se ver representada de maneira genuína nas telas.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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