Uma pesquisa nacional que discute sobre bullying nas escolas com foco em estudantes LGBTI+ foi lançada nesta quarta-feira (16). Apresentados na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE) em Brasília, os resultados podem servir para a criação de políticas públicas e outras pesquisas relacionadas ao tema.

O levantamento foi feito pela Aliança Nacional LGBT+ durante o ano passado, conduzido pelo Plano CDE, com apoio do Instituto Unibanco.
As respostas, recolhidas durante o ano de 2024, tiveram como foco estudantes LGBTI+ de 16 anos ou mais que tenham estudado em alguma instituição de ensino no Brasil durante o ano passado.
Apoiada em duas leis recentes, a “Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro” apresenta os ambientes como “não seguros”, deixando de cumprir ações que previnam o bullying nas escolas com caráter machista e LGBTfóbico para a segurança de menores.
“O ambiente educacional, que deveria ser um espaço seguro e acolhedor, acaba se tornando um lugar hostil, agravando o sofrimento dessas pessoas, contribuindo para o adoecimento delas e até mesmo para que desistam de suas trajetórias educacionais”, afirma o texto da pesquisa.
Os dados sobre o bullying nas escolas
A pesquisa foi realizada com um total de 1.349 estudantes, entre eles, 1.170 que se identificam dentro da comunidade LGBT+. A partir de um questionário virtual disponível entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, foram analisadas categorias que vão da segurança ao bem-estar.

Entre os dados coletados, a insegurança se mostrou presente em algumas respostas. Conforme os resultados, 7 a cada 10 alunos da comunidade não se sentem seguros devido a própria aparência, equivalente a um total de 86% das 1.170 respostas.
Apesar de amparados pela Lei nº 13.185/15, que institui o combate ao bullying nas escolas e a Lei nº 14.811/24, que protege menores em ambientes escolares, muitos não se sentem confortáveis nesses locais.
De acordo com o levantamento, estudantes LGBTI+, meninas e pessoas que não se encaixam no ‘padrão’ estão entre os mais afetados.
“Estudantes de grupos minorizados, frequentemente enfrentam múltiplas formas de violência no ambiente educacional, expressas em forma de bullying. As diversas violências sofridas por essas populações em nossa sociedade, somadas ao bullying nas instituições de ensino, criam desafios adicionais, comprometendo seu bem-estar e a permanência no ambiente educacional”, afirma a pesquisa.
* Sob supervisão de Danilo Duarte