Uma pesquisa da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) que investiga casos de LGBTfobia em ambientes de consumo está sendo realizada como tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade.
“Discriminação nas Relações de Consumo e as Estratégias de Enfrentamento de Pessoas LGBTI+” é o nome da pesquisa da UFSC e nela será investigado como pessoas LGBTI+ percebem a discriminação durante suas experiências de consumo em ambientes físicos e quais estratégias adotam para enfrentar essas situações.
Elaborada por Janaína Gularte Cardoso, a investigação está sendo feita por meio de formulário do Google e pode participar dela clicando aqui.
Janaína Goularte é doutoranda e professora do Departamento Administração da UFSC. A autora atua pesquisando sobretudo temas como marketing, mercado LGBT e comportamento da consumidor.
Pesquisa da UFSC e casos de homofobia em lojas
A tese mostra-se de extrema importância para o entendimentos da LGBTfobia nestes espaços, sobretudo quando há diversos casos de espaços de consumo que foram acusadas de discriminar pessoas LGBT+. Alguns, inclusive, noticiados aqui no Floripa.LGBT.
Em 2024, um shopping de Olinda, em Pernambuco, foi acusado de homofobia por utilizar entre seus códigos de segurança, um “código homossexual”.
O jovem que fez a denúncia do caso a um jornal do estado, relatou que já havia notado comportamentos discriminatórios pela equipe de segurança do shopping, antes mesmo de saber que havia um código para identificar pessoas LGBT+.
Na ocasião, considerando o caso como homofobia, o cliente fez denúncias à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco e para a Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE).
Outro caso ocorrido no mesmo ano envolveu um casal que teve uma encomenda de convites de casamentos negados por serem gays. A loja disse ao casal que não fazia “convites homossexuais” e sugeriu que eles procurassem uma papelaria adequada para esse serviço.
O caso repercutiu na internet e a empresa recebeu diversas mensagens criticando a atitude. No entanto, após isso, o ateliê do interior de São Paulo publicou uma nota de repúdio, classificando o caso como “heterofobia” e reafirmando que não fazem serviços para casais LGBT por conta de princípios e valores.
* Sob supervisão de Danilo Duarte