A escadaria do Rosário, em Florianópolis, foi ocupada por shows, performances, exposições, gastronomia e artesanato de artistas e empreendedores que estão na 5ª edição da Diversa Feira Cultural LGBTI+, que acontece nesta quinta-feira (7).
Desde 13h até 22h o local é palco de arte e informação. A abertura reuniu representantes de organizações LGBTI+ que falaram sobre o tema da Parada da Diversidade, que acontece no domingo (10).
Um estande da Defensoria Pública de Santa Catarina apresenta maneiras de pessoas trans retificarem o nome de maneira gratuita e extrajudicial.
Segundo Fabrício Bogas, presidente da Acontece Arte e Política LGBTI+, uma das organizadoras do evento, a Feira tem mais de 30 artistas para se apresentar e 20 feirantes que vieram vender seus produtos na Diversa, todos da comunidade LGBTI+.
“LGBT+ gera economia. Pessoas LGBT+ trabalham, pagam imposto. Então a partir do momento que a gente também tem esse estalo, de entender que nós somos cidadãs, a gente reivindica a nossa cidadania”, explica o organizador sobre a importância do evento.
Segundo ele, o tema da Parada de Floripa deste ano — “Políticas por inteiro e não pela metade” — mostra a potência que a comunidade LGBTI+ tem para reivindicar seus direitos.
“Lembrando que a gente não quer reinventar a roda. A gente não quer reinventar políticas públicas, a gente quer que as políticas públicas que existem e que são exemplo pro Brasil como a assistência social e o SUS, que elas funcionem também para a população LGBTIQAPN+”, pontuou.
Bogas, que também é organizador da Parada, lembra que o evento estima reunir 100 mil pessoas na Beira-Mar Continental de Florianópolis e que vai movimentar a economia da região.
“Quando a gente entende que a gente também é essa potência econômica, a gente consegue reivindicar e bater o pé com mais firmeza. A gente tá pagando, a gente quer ter direito, a gente quer ter acesso e a gente não vai arredar o pé”.
Casal de mulheres vende pastéis para pagar inseminação artificial
Já em outro estande, dois casais de mulheres trabalham no “Pastéis das Meninas”. Joyce Vitorino conta que ela e a esposa, Caroline de Souza, estão trabalhando para juntar dinheiro e realizar uma inseminação artificial. Joyce explica que a ideia é que o casal inicie o tratamento no final de 2024 e realize o sonho de serem mães.
Além da feira, Joyce, Carol e o outro casal, Fabíola Ferreira e Mônica Vavassori, vão trabalhar na Parada LGBTI+. Segundo Joyce, o trabalho é um meio de pessoas LGBTI+ terem acesso aos próprios direitos.
“Eu acho que é uma forma da gente também lutar e os títulos se posicionar, de estar nos lugares que a gente tem que ocupar, de mostrar que a gente tá aqui e que a gente não vai voltar pro armário”, afirmou.
Empresa de leques vem de SP para a Feira LGBTI+ e a Parada
A feira recebeu também a empresa de São Paulo “Imperium dos leques”, que vende leques personalizados. No estande, leques da bandeira LGBTI+, da Beyonce e da Barbie faziam sucesso com o público.
A Imperium será uma das empresas que estará com os produtos à venda na Parada LGBTI+ de Florianópolis. Segundo Potter Viana, proprietário da empresa, a ideia surgiu dentro de uma balada. Potter afirma que a expectativa é grande para a primeira vez no evento em Floripa.
“O dono de uma balada me deu a ideia de vender leques e aí eu comecei a ver que eu não podia ser igual a todo mundo e tinha que melhorar muito a qualidade. As pessoas já compravam o leque pensando que ia quebrar, só que aí eu melhorei isso e tive grandes oportunidades”, fala o empreendedor, que já esteve com a empresa na Farofa da Gkay e no Hopi Hari.