A primeira Marcha Trans de Santa Catarina acontecerá durante a Parada LGBTI+ de Florianópolis, no dia 10 de setembro, na Avenida Beira-Mar Continental. Alinhada com o tema da parada deste ano — “Políticas públicas por inteiro e não pela metade” —, a caminhada irá mobilizar pessoas trans em uma exigência pela vida com mais respeito e dignidade.
A Marcha Trans acontecerá a partir das 13h30 no mesmo local da Parada LGBTI+, com concentração na cabeceira continental da Ponte Hercílio Luz, na Avenida Beira Mar Continental.
Segundo Lino Santos, um dos idealizadores da marcha e porta-voz da mobilização, há meses pessoas transmasculinas, transfemininas e não binárias realizam reuniões, organizam eventos e mobilizam doações para viabilizar a caminhada.
Lino conta que em um dos cafés promovidos para produção de cartazes para a marcha os envolvidos entraram em um consenso sobre um dos principais objetivos da mobilização: sair na rua com dignidade.
“Quanto valem vidas trans? Buscamos empregos, moradia, alimentação, estudos. Com a dignidade de usar os banheiros, nossos nomes, nosso gênero. Sem rirem de nós, sem nos espancarem, sem nos matarem. Queremos ter nossas crianças, queremos cuidar dos nossos familiares, queremos não ter que chorar as vidas das nossas amizades e queremos andar na rua sem medo”, afirmou.
Florianópolis conta com o Encontrans, que promove encontros, debate e promove pessoas trans na capital catarinense desde setembro de 2022.
Conforme Lino, além de fazer a caminhada acontecer, uma preocupação da organização é reunir recursos para auxiliar pessoas trans em situação de vulnerabilidade. Em parceria com o projeto Transparente, a Marcha deve doar mais de 10 cestas básicas no evento.
“Precisamos primeiro estarmos com vida e felizes, conseguir ter recursos pra ter itens de higiene como absorventes e outros itens de cuidado para as pessoas trans durante a marcha e arrecadar doações para financiar cestas básicas para pessoas trans em situação de vulnerabilidade”, explica.
A história da Marcha Trans
A Marcha Trans foi criada no Rio de Janeiro em 1993, e na época foi considerado a maior reunião de pessoas trans na América Latina. Após algumas edições, em 1995 a caminhada parou de acontecer. A mobilização voltou a acontecer 27 anos depois, em 2022, novamente em solo carioca.
Em 2018, a Marcha Trans passou a acontecer, também, na cidade de São Paulo e em estados como Bahia e Fortaleza. A mobilização chega pela primeira vez em 30 anos no Sul do Brasil, na Parada LGBTI+ de Florianópolis.