James Ratiere trás aos seus livros muito sobre suas vivências como pessoa LGBT+ - Foto: Minimalismos/Divulgação/Floripa.LGBT
Literatura

Flip terá lançamentos de 4 autores radicados em Florianópolis; conheça as obras

Serão 3 escritores negros na Flip pela editora Minimalismos, além do ator e diretor Leandro Batz. Conheça detalhes das quatro obras que serão lançadas

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O livro Todos os Lugares que Não Habitei” escrito pelo poeta e jornalista James Ratiere, terá o primeiro lançamento oficial na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Depois de pré-venda bem sucedida, o convite veio pela editora Minimalismos, responsável pela publicação do livro.

James Ratiere trás aos seus livros muito sobre suas vivências como pessoa LGBT+ - Foto: Minimalismos/Divulgação/Floripa.LGBT
James Ratiere trás aos seus livros muito sobre suas vivências como pessoa LGBT+ - Foto: Minimalismos/Divulgação/Floripa.LGBT

A coletânea de poemas é o quinto livro escrito pelo paulista, sendo a segunda obra com venda física. Apesar de ter nascido em São Paulo, James mora em Florianópolis há pelo menos 17 anos.

Além do lançamento durante a Flip nos dias 30 de julho até 3 de agosto, o livro será impresso e distribuído ainda durante o mês oito.

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Os poemas de sua última produção marcam textos confessionais, refletindo sobre a ideia de amor próprio, desilusões e vivências de uma pessoa LGBT+. Separado em duas partes, o livro explora a dualidade entre o “eu” que espera e o “eu” que se reconstrói.

“A grande maioria das coisas que eu escrevo fala das minhas identidades, e ali eu tava muito exposto. Era muita coisa confessional, eram poemas de autocura, de pedir perdão para mim mesmo, e de pedir perdão para outras pessoas”, afirma o autor.

James escreve desde os 12 anos, e com seus textos publicados, acredita que falar sobre problemáticas vividas pode trazer mudanças para as pessoas. “Quando você escreve sobre você, tem sempre alguém que tá passando pelo mesmo rolê, pela mesma questão”.

“É um sentimento de ‘Cara, eu não estou sozinho no mundo, alguém também já passou por isso’. É sobre falar de fé, sobre uma caminhada de como encontrar o afeto, como identificar o que não migalha. A gente foi educado a aceitar o mínimo que as pessoas dão pra gente”, completa.

A editora Minimalismos, além de convidar James para o lançamento de Todos os Lugares que Não Habitei” durante a Flip, chamou também outros dois autores independentes: Carol Semenaro, com a publicação de seu primeiro livro, e Jean Marcos Silva, para divulgação de “O afeto é uma cidade inteira”, já lançado para vendas.

A iniciativa da editora, segundo James, é muito importante devido a divulgação dos textos. “A gente tá meio louco assim, porque serão três escritores negros que vão para a Flip ganhar visibilidade”, afirma.

Para Carol, ter um livro publicado é a realização de um sonho que não sabia que existia. “Eu sou problema meu”, traz reflexões em diferentes formas sobre a sua vida cotidiana.

Carol Semenaro é uma entre os quatro autores que vão juntos à Flip este ano - Foto: Divulgação/Floripa.LGBT
Carol Semenaro é uma entre os quatro autores que vão juntos à Flip este ano – Foto: Divulgação/Floripa.LGBT

“Eu quero me eternizar da maneira mais Carolina possível. Pode parecer um pouco egoico, mas, eu queria ser lembrada e lida por pessoas que entendem a minha arte. Meu livro é uma extensão de quem eu sou desde meu ponto de vista, ao meu eu apaixonado e emocionado”, comenta a recém escritora.

Além dos três autores convidados pela editora Minimalismos, o ator e fundador da Cia Nosso Olhar, Leandro Batz, também irá para a Flip, totalizando quatro produtores negros de Florianópolis no grande evento de literatura.

Os escritores planejam ainda fazer uma vaquinha e outras produções para arrecadar dinheiro para a viagem.

O que é a Flip?

A Festa Literária Internacional de Paraty, em 2003, é um dos eventos literários mais importantes do Brasil e da América Latina. Realizada anualmente na cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro, a festa reúne autores nacionais e internacionais para debater literatura, arte e temas sociais diversos.

A Flip surge como espaço de divulgação e encontro entre autores e leitores - Foto: Flip/Divulgação/Floripa.LGBT
A Flip surge como espaço de divulgação e encontro entre autores e leitores – Foto: Flip/Divulgação/Floripa.LGBT

Nos últimos anos, a Flip tem se consolidado como um espaço de encontro entre autores consagrados e novos nomes da ramo da literatura, sendo palco para lançamentos, rodas de conversa, oficinas e intervenções culturais.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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