A nova gestão da Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf) passa a contar com uma liderança LGBT para debater assuntos de inclusão e diversidade. A nova diretoria, eleita no dia 12 de dezembro, foi anunciada nas últimas semanas, por meio do instagram oficial da Liesf.
O diretor que assume os trabalhos de inclusão e diversidade na entidade que reúne as agremiações carnavalescas é o jornalista e liderança política Caê Martins e o mandato vai até abril de 2026. Ele também já comenta sobre a direção que dará ao seu trabalho dentro da Liesf.
“É uma diretoria nova que está sendo criada nessa gestão que tem como missão contribuir e fortalecer socialmente o debate tanto da presença LGBTI+, da questão étnico-racial, pessoas com deficiência, mulheres, a luta anticapacitista, enfim, todas essas pautas dentro do mundo das escolas de samba”, comenta.
Ex-superintendente da Fundação Cultural de São José e ex-vereador da mesma cidade, Caê atua como militante das causas LGBT em Santa Catarina e trabalha como assessor político no gabinete da deputada estadual Luciane Carminatti (PT).
O novo diretor da Liesf também lembra que o objetivo do seu trabalho será fazer com que os gestores públicos e a comunidade passem a “olhar para o Carnaval enquanto uma potencialidade da luta, da construção de direitos e políticas públicas, mas, acima de tudo, também como responsabilidade que as nossas escolas de samba têm de assumir a sua posição na luta por direitos, de um espaço seguro para todas as pessoas. O Carnaval enquanto um ambiente seguro. Ele é necessário para que também nós, pessoas LGBT+, possamos usufruir desse espaço de manifestação artística, cultural, de construção social, seja de lazer, seja de emprego, seja de renda, seja de potência criativa.”
Caê faz parte da diretoria encabeçada por Joel Costa Jr e Mauricio dos Anjos, eleitos por aclamação para os cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. Ao Floripa.LGBT, o novo presidente avaliou a criação da nova diretoria e a conexão direta entre diversidade e Carnaval.
“Não existe na minha concepção a diversidade ou a inclusão andar separado do samba e do Carnaval. Uma coisa está inserida na outra. Eu não consigo ver hoje uma escola de samba sendo planejada, sendo pensada e sendo executada sem a diversidade fazer parte desse contexto. É impossível”, comenta Joel Costa Jr, presidente da Liesf.
A nova diretoria da Liesf está trabalhando neste fim de ano, de acordo com Caê, para aproximar a entidade que conduz o Carnaval em Florianópolis para junto de outros órgãos, abrindo e ampliando diálogos com o poder público em todas as cidades da Grande Florianópolis, além do governo do Estado e com o Ministério da Cultura.
“Hoje o nosso Carnaval já tem essa característica metropolitana, porque tem escolas fora de Floripa, e esse é um processo a se avançar, se consolidar, se fortalecer a cultura do Carnaval das escolas”, completa o diretor de Inclusão e Diversidade.