A 16ª Parada LGBTI+ de Florianópolis recebeu, no último domingo (10), o maior número da história do evento. Muitas das mais de 100 mil pessoas que prestigiaram a festa, que incluiu um ato político, percorreram não só os 2,3 km da Avenida Beira-Mar Continental, mas uma distância que começou bem antes da Parada em diversos cantos do Brasil. Por isso, o Floripa.LGBT conta agora algumas dessas histórias.
Roseli Silva, de 29 anos, é jornalista e programou suas férias para reivindicar seus direitos na Parada LGBTI+ de Florianópolis. A viagem começou no interior da Bahia, na cidade de São José da Vitória.
O trajeto incluiu algumas horas de carro até Salvador e mais quatro horas de voo até chegar na capital catarinense. No total, uma viagem de quase 3 mil quilômetros.
Ela afirma que se viesse de carro o tempo do trajeto seria quase cinco vezes mais longo, cerca de 34 horas de viagem. “Todos os anos eu faço questão de estar na Parada de Floripa. A festa e celebração do orgulho vem tomando seu espaço e hoje está entre uma das maiores do país”, diz Roseli.
Quem também viajou de longe para estar na parada foi Donizete Barboza, 42 anos, que trabalhava vendendo copos e leques da diversidade no último domingo (10).
Ele mora em Curitiba e estava a 297 km de casa, cerca de quatro horas de viagem de carro. Donizete acompanha paradas da diversidade em todo o Brasil e conta que encontrou nesses eventos uma forma de ganhar dinheiro.
Antes da Parada LGBTI+ de Floripa esteve na parada LGBTQIA+ de Criciúma, no Sul do Estado, em junho, e já se programa para as próximas que estão por vir.
“A procura é bastante, eu já vendi 30 bandeiras, 10 leques e 45 copos e espero vender o máximo que conseguir”, disse Donizete por volta das 18h30 do último domingo (10).
Teve quem se deslocou de outras regiões de Santa Catarina para prestigiar o domingo do orgulho na Capital. Uma delas foi Nicole Mesquita, de 25 anos. A gerente comercial rodou por 291 km para chegar a Florianópolis.
Ela saiu de Blumenau, onde mora, foi até Joinville e depois veio junto com a excursão que partiu em direção à Parada às 9h e chegou na concentração, na Beira-Mar Continental, cerca de quatro horas depois.
Quando o Floripa.LGBT encontrou com Nicole, ao fim da parada, ela estava ao lado das pessoas da excursão já se aglomerando para retornar a Joinville. A animação e alegria era nítida no rosto de cada um que aproveitou o domingo do orgulho.
“A Parada é um movimento, muito mais que uma festa, um orgulho da gente que traz uma representatividade gigantesca”, ressalta Nicole, com o sentimento de dever cumprido.
São muitas as histórias dos milhares visitantes da 16ª Parada LGBTI+ de Florianópolis. Moradores da cidade, de Santa Catarina e de outros estados do Brasil fizeram do ato político o maior da história da Ilha da Magia em um dia marcado por orgulho, luta, reivindicações de direitos e busca por um espaço cada vez mais digno.
Sob supervisão de Danilo Duarte