Klaudia Klay, Nit Nit Picky, Savanna e Miss B. Heive são as drags que competem pela coroa da quarta edição do Opium's Drag Battle
ShowsArte Drag

Conheça a história do Opium’s Drag Battle; final da 4ª edição será na sexta

Com uma história de laços e acolhimento, a quarta temporada da batalha de drags vai contar com quatro competidoras disputando a coroa

Compartilhar

A final da quarta edição do Opium’s Drag Battle acontece nesta sexta-feira (6), a partir das 22h. Criado em 2022 pelas drags Victoria Becker e Isis Azazel, o Opium’s Drag Battle terá uma final em uma “noite de união”, como define a drag Isis Azael, em que cada artista vai mostrar sua essência e diversidade. A quarta edição será, como de costume, no bar e balada Opium.

Conheça a história do Opium's Drag Battle; final da 4ª edição será na sexta
Klaudia Klay, Nit Nit Picky, Savanna e Miss B. Heive são as drags que competem pela coroa – Foto: Reprodução / Instagram / Floripa.LGBT

Os ingressos para essa final esgotaram em aproximadamente uma hora e meia, de acordo com a organização do evento, numa demonstração de como o Drag Battle tem se tornado um sucesso em Florianópolis.

A quarta temporada da batalha de drag tem sido realizada desde o dia 5 de julho e já contou com nove disputas, ou níveis – como é chamado cada confronto -, até chegar à seleção de drags que vão competir pela coroa da edição. As vencedoras até agora são as drags Klaudia Klay, Nit Nit Picky, Savanna e Miss B. Heive.

“Este está sendo o maior (e melhor) Drag Battle, e temos uma final com quatro personagens muito distintos nessa grande batalha, pode-se esperar quatro grandes shows que representam muito cada finalista, sejam referências culturais de onde são, homenagens a outras artistas que os inspiram, e claro, o que faz cada show extremamente original – o elemento X que cada um traz”, promete a empresária Mariana Thome, proprietária da casa.

A competição iniciou com 14 queens. E para chegarem até a final as quatro drags tiveram que passar por competições, tanto de performance em dupla quanto de comédia, e temas como brasilidades, divas pop, “noite bruxólica”, entre outros tipos de desafios.

Tudo isso para que a vencedora conquiste a coroa e cetro do torneio, que são oferecidos pela Desterro Arte. A drag ganhadora também receberá como premiação uma lace loira de cabelo humano. E claro, se juntar ao hall das coroadas das últimas temporadas, que conta com nomes como Eco Zazu, A Nova Hera e Gab Gab.

“O concurso é uma oportunidade para expor sua arte e se estimular”, afirma Isis Azazel, uma das criadoras da batalha, em conjunto com a também drag Victoria Becker. Tudo começou com uma ideia de dar visibilidade para a arte drag na ilha.

A história do Opium’s Drag Battle

Conheça a história do Opium's Drag Battle; final da 4ª edição será na sexta
Isis Azazel (à esq.) e Victoria Becker (à dir) na 1ª edição do Drag Battle – Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução / Floripa.LGBT

A necessidade de mais atenção para drags com talento e com poucas chances de mostrar sua arte era algo que ocupava a cabeça de Juan, que dá vida a Victoria Becker, antes de 2022. Foi com essa ideia provocativa em mente, que junto com Isis Azazel, tiveram a ideia de criar essa competição.

O processo de criação e elaboração do evento envolveu bastante a experiência de Vick Becker com concursos antigos na Ilha, e com base nisso, as duas criaram uma versão atualizada, revitalizando e modernizando esse tipo de evento.

Com ajuda da Opium, bar com o qual tanto Vick quanto Isis tem uma relação de longa data com os donos, as duas montaram a competição. “Se não fossem eles (a Opium) aceitarem a minha loucura, nunca seria isso tudo que somos hoje”, explica Becker.

A escolha da Opium era quase que natural, segundo Isis. Quando o bar estava sendo reformado para abrir, Mariana e Guilherme Lemos – que criaram o bar junto com ela – encontraram com Juan (Vick), que era vizinho deles, na rua.

Curioso sobre o que seria construído ali, Juan perguntou do que se tratava a reforma. E os dois donos explicaram que seria uma balada focada em performances artísticas. Naquele momento, os olhos de Juan brilharam.

Conheça a história do Opium's Drag Battle; final da 4ª edição será na sexta
Eco Zazu, vencedora da primeira edição do Drag Battle – Foto: Instagram / Divulgação / Floripa.LGBT

O hoje criador da Drag Battle contou aos dois sobre Victoria Becker e que adoraria fazer uma competição de drags. Como Mariana já era fã de shows de drag, ela amou a ideia, e o evento pode nascer e se tornar realidade.

“A primeira edição foi um piloto, um teste para ver o que funcionava. Desde então, o evento evoluiu para se tornar um espaço inclusivo e acolhedor, ajudando os artistas a crescerem e se destacarem”, afirma Isis sobre a história do evento.

Na sua versão piloto, para testar o que funcionava, não havendo patrocínio nenhum e tudo tendo que ser pago do próprio bolso e com muita ajuda da Opium, de acordo Vick Becker.

“Desde então, o evento evoluiu para se tornar um espaço inclusivo e acolhedor, ajudando os artistas a crescerem e se destacarem”, afirma Isis sobre a história do evento.

“Mais que uma coroa”

A partir daí o evento foi marcando a memória tanto das pessoas que acompanharam cada edição, quanto das mentes criativas por trás da produção do torneio. E já na sua segunda temporada, a batalha de drags já contou com filas de pessoas pra entrar, até com gente fora da bolha do mundo drag. “Foi um momento de orgulho e confirmação de que estávamos no caminho certo”, relata Isis.

Mas nada preparou a todos para o recorde que a Opium’s Drag Battle iria alcançar nas vendas para a final da quarta edição, onde o evento teve seus ingressos esgotados em 1 hora e 30 minutos. Algo que Mariana apontou como um dos um momentos mais marcantes durante seu trabalho com a competição.

Conheça a história do Opium's Drag Battle; final da 4ª edição será na sexta
Mariana, dona da Opium (à esq.) e Vick Becker (à dir.) – Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução / Floripa.LGBT

“Desde a segunda temporada do ‘Opium’s Drag Battle’, estamos alcançando cada vez mais um patamar elevado de retenção de público, com diversas noites esgotando ingressos. Porém, o que cremos que essa temporada trouxe de diferente foi a sede pelas noites. Diversas tiveram seus ingressos esgotados rapidamente, e mesmo nas quartas-feiras mais frias de inverno, conseguimos lotar a casa”

Mas o sucesso não vem só das vendas, isso porque segundo os entrevistados, o evento tem uma grande importância para a cena local LGBTQIA+, criando laços e inspirando a comunidade, além de proporcionar acolhimento e um espaço seguro onde todos podem se expressar livremente e com respeito, fortalecendo a sensação de pertencimento.

“Em todas as temporadas do ‘Opium’s Drag Battle’ eu vivenciei novas amizades serem formadas, novas drags aparecerem na cena, e novas cabeça criativas pipocando ao redor da gente”, conta a dona da Opium.

“É mais que uma coroa”, cita Isis para descrever a competição, e que fala muito bem o sentimento que a organização tem com a Drag Battle. Um evento que mudou a vida de todas as pessoas envolvidas e que como Mariana Thome descreve, “criou uma família de mais de 50 drag queens, kings e queers” na casa.

E o futuro, já promete muito dessas batalhas, já que segundo Vick Becker, no próximo ano vai estrear a primeira temporada de “Ícones da Drag Battle”, que será um AllStar do evento, contando com drags das edições anteriores “com etapas mais difíceis e regras totalmente diferentes”.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

Anúncios
Entre no grupo de notícias do Floripa.LGBT no Whatsapp