O ARVO 2025 encerrou a nona edição entregando aos palcos o principal da musicalidade brasileira, no último sábado (3). Nomes como Zeca Pagodinho, Marina Sena, Mano Brown e Juliana D Passos finalizaram o festival com ritmos de samba, MPB e Rap, animando o último dia de shows.

O festival contou com mais de 40 atrações, com espaço para artistas regionais e nacionais. Como forma de divulgar a cultura que vem da ilha, nomes como Dazaranha, Exclusive Cabides e Samba da Búia também ganharam espaço entre os palcos.
Foram mais de 20 horas de música durante os dois dias de festival e o ARVO 2025, assim como sua primeira versão em 2018, destinou 90% dos resíduos para a reciclagem e compostagem.
A edição deste ano também foi a primeira no Kartódromo Sapiens Parque e, apesar de dificuldades durante o primeiro dia de evento, o último trouxe algumas melhorias. ”Quinta-feira foi bem caótico para comprar bebida, mas hoje não teve problema nenhum”, afirma Rosa Aragon, de 33 anos.
Para ela, essa foi a terceira edição do festival e estava acompanhada do marido Rafael Cavalcanti, 45 e do enteado Murilo Cavalcanti, de 13 anos. Para eles, a organização do festival tem melhorado e perceberam várias melhorias no ARVO 2025.

“Além do lineup com muitas mulheres, o que fez diferença foi a banca de frutas. Cara, tu vai lá comer uma maçã, tua vida resgata na hora”, comenta Rosa.
Murilo, por sua vez, fez sua estreia em um festival de música, e foi porque gosta muito do Mano Brown. O pai, Rafael, afirma que apesar do grande fluxo de pessoas, o espaço acolhe as crianças.
“Ele foi completamente bem tratado desde o primeiro minuto que chegamos aqui. Tem os procedimentos que é legal você registrar a criança, você bota com uma uma pulseirinha que é identificando com telefone, com tudo, tem bastante cuidado desde o começo. E ele tem curtido bastante! Curtindo e dormindo enquanto espera o show”, afirma.
Representatividade foi destaque no ARVO 2025
O festival, assim como todos os anos, traz artistas dos mais variados estilos para os palcos, e esse ano, a representatividade também marcou presença. Além do line-up com pouco mais da metade de mulheres, subiram aos palcos pessoas pretas e da comunidade LGBT+.
Desde Liniker, artista preta e trans premiada, até Juliana D Passos com o estilo de “macumba popular brasileira”, os shows foram palco para representar o Brasil e as suas culturas no ARVO 2025.
Para Hipólito e Maria Origge, a presença de mais do que só homens brancos cis é um grande avanço. “Por exemplo, o show mais longe ter sido de uma pessoa trans e preta traz uma enorme representatividade política para a cena. Para mim, foi essencial como uma pessoa trans, observar isso”, afirma Hipólito.
“Quanto mais a gente ocupar esses lugares, mais a gente é visto. Ter esse lugar de estar ocupando mostra que de fato a gente existe, a gente tá aqui. E aí é muito interessante isso tá acontecendo dentro de um festival, por mais que não seja o maior do Brasil”, conclui Maria.
