O Brasil testemunhou um recorde histórico em 2023, com a realização de 328 Paradas do Orgulho LGBTQIA+ em todo o país, conforme informações do Portal Clipping LGBT. Florianópolis registrou a marca de 100 mil participantes na 16ª Parada do Orgulho LGBTI+, realizada em 10 de setembro de 2023. Em comum, a luta por direitos, efetivação da cidadania e combate à LGBTfobia.
O maior número de paradas LGBTQIA+ permanece sendo na Bahia, que registrou um total de 82 eventos, incluindo 50 delas na capital Salvador, consolidando-se como um dos estados mais ativos nesse cenário. Esses números posicionam a Bahia no topo do ranking nacional, superando o Estado de São Paulo, que realizou 69 eventos no mesmo período.
Inclusive, a Bahia liderou as paradas no Brasil pelo segundo ano consecutivo, de acordo com levantamento realizado pelo ativista Yorrann D’Lafé, presidente da Associação das Paradas do Orgulho LGBT+ de Salvador (ASPOLGBT), em parceria com o jornalista Welton Trindade, responsável pelo calendário nacional de paradas.
As Paradas do Orgulho não apenas celebram a diversidade sexual, mas também desempenham um papel crucial no fortalecimento das lutas pelos direitos LGBTQIA+, promovendo a conscientização sobre a igualdade entre todas as pessoas, independentemente do gênero, raça ou orientação sexual, e combatendo ativamente a LGBTfobia.
Em Santa Catarina, poucas cidades têm o histórico de realizar eventos como Paradas LGBTI+ ou Marchas. As duas maiores manifestações da comunidade LGBTQIA+ promovidas em cidades catarinenses foram em Florianópolis e em Balneário Camboriú.
Parada LGBTQIA+ não é um carnaval fora de época
As Paradas LGBTQIA+ são erroneamente comparadas a um “carnaval fora de época” devido à sua diversidade artística, festiva e simbólica. Organizadores de todos as paradas rejeitam essa visão equivocada, compreendendo a importância de suas iniciativas como manifestações populares, democráticas e, sobretudo, políticas.
A manutenção dessas atividades em busca de direitos para a comunidade LGBTQIA+, de caráter popular e gratuito, demanda dedicação e habilidade política dos militantes. Essas ações representam uma das principais atuações do movimento social LGBTQIA+, produzindo efeitos positivos e ampliando a visibilidade da temática.
O protagonismo de Salvador nas Paradas LGBTQIA+
Em 2024, as Paradas LGBTQIA+ nos bairros de Salvador comemoram 19 anos de existência. A primeira manifestação, foi em 20 de junho de 2006, no bairro de Paripe. Desde então, mais de 50 manifestações foram realizadas apenas na capital baiana, demonstrando o crescente engajamento das comunidades locais.
A partir de 2014, as Paradas dos bairros passaram a ser reconhecidas como política pública pela Prefeitura Municipal de Salvador, contando com a parceria da Secretaria Municipal da Reparação.
Algumas dessas manifestações se organizaram em uma associação, a Associação das Paradas do Orgulho LGBT+ de Salvador (ASPOLGBT), que ganhou reconhecimento nacional e internacional, participando de fóruns, redes, coalizões e ocupando assentos importantes em órgãos como o Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT em Salvador, além do Fórum Nacional de Paradas e da Rede Mundial de Paradas InterPride.
Embora nem todas as paradas dos bairros façam parte da ASPOLGBT, é essencial reconhecer a legitimidade de todas elas, mesmo aquelas que não contam com o apoio formal da Prefeitura Municipal de Salvador por meio da SEMUR.
